26 de julho de 2006 - 08:21

Estiagem faz nível do rio Dourados baixar 17 centímetros

O nível do rio Dourados está 17 centímetros mais baixo que o registrado no mesmo período do ano passado, quando a régua de medição marcava 1,40 metro e agora já marca 1,23 metro. Os números refletem a maior seca de julho dos últimos 20 anos no município de Dourados.

A Embrapa Agropecuária Oeste desenvolveu um estudo que apontou que a média histórica do período é de 38 milímetros de precipitação e, neste mês, choveu até agora o equivalente a 30 milímetros.

Segundo o supervisor do sistema operacional do sistema de captação d’água, José Wílson Ferreira de Lira, por enquanto não existe risco de racionamento, mas a queda em relação ao ano passado é um indício importante do que Dourados pode enfrentar nos próximos anos.

"A população precisa aprender a valorizar a água como um líquido precioso. Não é possível mais aceitar tanto desperdício, torneiras abertas na hora de lavar a calçada. Infelizmente, as pessoas só dão valor para as coisas, quando elas acabam. Eu realmente espero uma mudança de conduta. Se a população continuar crescendo tanto assim, podemos enfrentar problemas num futuro próximo", explica.

Há um mês, o nível do rio Dourados era de 1,39 metro e, neste período, por falta de chuva, a régua baixou 16 centímetros. O risco de racionamento só existe se o nível chegar a 80 centímetros, o que os técnicos torcem para não acontecer. Em agosto do ano passado a situação chegou a ficar crítica e o nível chegou aos 88 centímetros.

A água do rio Dourados abastece hoje 99% das casas da cidade e, por hora, são retirados 1.570.000 metros cúbicos. Como complemento é usada a água de dois poços artesianos, sendo que um fornece 254 metros cúbicos de água por hora e o outro 380 metros cúbicos.

Hédio Fazan/O Progresso

O consumo de água triplicou nos últimos 20 anos em Dourados e a destruição da mata ciliar e a retirada de areia das margens fazem com que o rio fique mais raso, aumentando os problemas. Agosto é considerado pelos técnicos como mês mais crítico do ano, por causa da estiagem.

 

 

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