19 de julho de 2006 - 09:51

Falsa gincana é o novo golpe de bandidos por telefone

O que parecia ser uma gincana por telefone, na qual o vencedor ganharia R$ 1 milhão em prêmios, tornou-se um prejuízo de quase R$ 800 para uma família em Atibaia, no interior de São Paulo. Tratava-se de um golpe para obter créditos para celulares pré-pagos. Para a polícia, a ação pode ter partido de um presídio do Rio de Janeiro. A informação foi publicada no jornal Diário de São Paulo.

 

A filha do comerciante Bogos Parsekian, de 64 anos, atendeu o telefone de casa às 14h. Do outro lado da linha, o golpista se identificou como operador da Telefônica e disse que a garota havia recebido a 'ligação premiada 15'. Só por isso, ela já havia ganhado TVs de plasma, computadores portáteis, celulares e três meses de ligações gratuitas.

 

Para dar credibilidade ao golpe, o falsário confirmou alguns dados da vítima, como endereço e nome do assinante da linha. Tais dados, segundo a polícia, podem ter sido obtidos na internet. Em seguida, o golpista anunciou a suposta gincana. Falou que a garota poderia ganhar mais prêmios.

 

- Ele pediu para minha filha comprar crédito de celulares pré-pagos e dar o código dos créditos na ligação - contou o comerciante.

 

Iludida, a garota comprou os créditos. O criminoso chegou a ficar mais de duas horas e meia ao telefone.

 

- Sempre que minha filha falava ao telefone, ela tinha de dizer 'ligação premiada', em vez de 'alô', como se fosse realmente uma gincana. Ela sequer desconfiou do golpe - disse Parsekian.

 

Por fim, o estelionatário deu um número de telefone para a vítima negociar a retirada dos prêmios. Quando ela ligou, descobriu que havia levado um golpe e acionou a polícia. Segundo o delegado Sebastião de Oliveira, de Atibaia, esse tipo de golpe já foi registrado na região. Ele suspeita de envolvimento do crime organizado no Rio de Janeiro.

 

- A ligação tinha prefixo 21, do Rio.

 

Em abril, oito presos do Rio de Janeiro foram indiciados por terem extorquido mais de 300 pessoas de Sorocaba (a 92 km de SP) em seis meses. Por telefone, eles simulavam um seqüestro e pediam resgate. A Telefônica, em nota, informou que "não liga para casa de clientes pedindo a compra de cartões de celulares".
 
 
 
TV Morena