11 de julho de 2006 - 08:21

Preço mínimo da Varig cai para cerca de R$ 58 milhões

O administrador judicial da Varig, Luiz Alberto Fiore, da consultoria Deloitte, revelou no final da noite de ontem (10) que o preço mínimo para a companhia aérea, fixado na proposta da VarigLog, ficou em US$ 24 milhões (cerca de R$ 52 milhões). Ele esclareceu que a diferença para o valor de R$ 277 milhões, sugerido anteriormente, ficou como “obrigação acessória do comprador de prover uma receita à empresa que fica, que é a Varig antiga, não como preço mínimo". 

O mesmo ocorre em relação às debêntures, que serviriam para abater parte da dívida da Varig com o fundo de pensão Aerus e aos empregados. Elas foram retiradas do preço mínimo e colocadas como obrigação acessória do comprador na remuneração de R$ 50 milhões resgatados em 10 anos, com rendimento anual de R$ 4,2 milhões anuais.

Foi aberta também a oportunidade de o comprador ter a opção de resgatar essa debênture antecipadamente, à vista, pelo valor descontado e sugerido pela Deloitte de R$ 41,68 milhões para cada lote de credores (fundo de pensão Aerus e trabalhadores, respectivamente). Essa opção de resgate seria exercida logo após a homologação do leilão, explicou Fiore.

Nessa alternativa de resgate antecipado, o credor não tem direito a uma remuneração fixa anual. “Essa foi uma opção colocada como uma forma de o comprador poder resgatar antecipadamente e gerar um fluxo de caixa já nos primeiros dias para a empresa [a Varig velha] que permanece em recuperação”, disse o sócio da Deloitte.

Luiz Alberto Fiore informou que na petição apresentada pela VarigLog houve uma alteração do relatório feito pela Deloitte na última semana: passou a incluir como propriedade da Varig todos os ativos imóveis. Foi feito também esclarecimento sobre o ativo circulante. “Dessa forma, com a inclusão dos imóveis mais o preço mínimo, o valor da proposta da VarigLog ultrapassa o valor previsto para a liquidação da Varig. Ou seja, ela passa a ser mais vantajosa do que um processo de liquidação”, frisou.

O comprador terá também a obrigação de gerar receita de fretamento de R$ 15 milhões no período de três anos ou receita de treinamento de R$ 10 milhões, no prazo de dez anos. Fiore confirmou que os US$ 24 milhões aceitos como preço mínimo pela Varig equivalem ao dinheiro que vem sendo depositado diariamente pela VarigLog para fluxo de caixa da Varig, acrescido de um premio de 20%.

Caso o arrematante do leilão não seja a VarigLog, ele terá de depositar os US$ 24 milhões antecipadamente, cumprir todas as obrigações previstas para o comprador, além de  pagar um valor maior que o mínimo sugerido, advertiu o administrador judicial. Fiore afirmou que ajustes efetuados na proposta pela VarigLog objetivam torná-la “aparentemente uma proposta mais vantajosa do que o processo de falência”.

 

 

Agência Brasil