11 de julho de 2006 - 07:45

União Européia suspende compra de aves vivas do Brasil

O foco da doença de Newcastle descoberto na semana passada no Rio Grande do Sul determinou a suspensão da exportação de avestruzes, galos e galinhas vivos para a União Européia, como medida sanitária preventiva, devido ao foco da doença de Newcastle descoberto na sexta-feira passada no Rio Grande do Sul. A venda de carne de frango será mantida e o impacto na balança comercial brasileira será "quase irrelevante", segundo o diretor de Assuntos Sanitários, Odilson Ribeiro.

De acordo com o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), o Brasil vendeu US$ 300 milhões em carne de frango para a União Européia neste primeiro semestre. Ao mesmo tempo, foram apenas US$ 212 mil em galos e galinhas vivos para a reprodução no mesmo período, mas nenhum país, de acordo com o ministério, embargou o frango do Brasil por ora.

Mas Rússia, Japão e Paraguai embargaram as importações do frango do Rio Grande do Sul. De acordo com o diretor técnico da Asgav (Associação Gaúcha de Avicultura), Éder Barbon, acordos sanitários bilaterais com Japão e Rússia determinam que as exportações cessam assim que um foco da doença é identificado. ""A Rússia fecha o Estado por seis meses e o Japão limita a compra em uma área de 50 quilômetros ao redor do foco por 90 dias", disse ele. No caso do Paraguai, houve o anúncio do embargo.

Dos 2,84 milhões de toneladas de frango exportadas pelo Brasil em 2005, o Japão é o país que mais compra, com aquisição de 404,7 mil toneladas do produto. A Rússia está em terceiro lugar, com 258,1 mil toneladas. E o Rio Grande do Sul detém quase 25% das exportações brasileiras de frango. Se mantiverem o ritmo do primeiro semestre, as exportações de carne bovina brasileira devem crescer 15% ao fim de 2006, apesar dos embargos estrangeiros devido a focos de febre aftosa, registrados a partir de outubro de 2005.

Na comparação com o primeiro semestre de 2005, as exportações no mesmo período em 2006 subiram 16,24%, totalizando US$ 1.716.882. Os dados foram divulgados ontem pela Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes). "Conseguimos manter o Brasil como o maior exportador mundial de carnes, mesmo com a valorização do real e a manutenção do embargo de alguns países", disse Marcus Vinicius Pratini de Moraes, presidente da Abiec e ex-ministro da Agricultura.

Iagro

O diretor-presidente do Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), João Crisóstomo Mauad Cavalléro, baixou ontem a Portaria nº 1.058, de 7 de julho deste ano, que estabelece restrição de trânsito em Mato Grosso do Sul para ovos férteis, aves vivas, seus produtos e subprodutos proveniente do Rio Grande do Sul. A medida considera o “status sanitário” do rebanho avícola sul-mato-grossense e objetivando salvaguardar essa condição após a confirmação da ocorrência de foco de Newcastle no município de Vale Real (RS).

A partir de agora está proibido o trânsito de ovos férteis, aves vivas, seus produtos e subprodutos provenientes do Rio Grande do Sul, de acordo com as normas estabelecidas nas legislações acima mencionadas. Os animais, seus produtos e subprodutos em trânsito no Estado em desacordo com essa portaria serão apreendidos juntamente com os veículos transportadores, para as providências e destino determinados pela autoridade sanitária oficial.

Além disso, a apreensão e seqüestro de animais, seus produtos e subprodutos e veículos poderá contar com a participação da Polícia Militar, Polícia Rodoviária Estadual, Polícia Rodoviária Federal ou Polícia Federal. As despesas decorrentes das providências determinadas pela autoridade sanitária oficial no que dispõe o caput deste artigo são de responsabilidade dos seus proprietários. Os veículos apreendidos serão liberados após cumpridas todas as medidas sanitárias estabelecidas.

 

 

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