26 de agosto de 2004 - 11:35

Aumenta incidência de câncer infantil no Brasil

A incidência de câncer em crianças menores de 15 anos aumentou, segundo números divulgados pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP). Os dados mostram que, em 1969, ela era de 128,5 casos para 1 milhão, entre os garotos, e de 120,9 em 1 milhão para as meninas. Em 1997 e 1998, também para uma relação de 1 milhão, os números ficaram em 222,5 e 195,1, respectivamente, segundo a Agência Fapesp.

O aumento no número de casos pode ter sido causado devido à maior quantidade e qualidade de diagnósticos ou pela exposição mais constante aos fatores de risco ambientais que podem causar o câncer. Segundo Antonio Pedro Mirra, coordenador do Registro de Câncer de São Paulo, o fato genético também pode ter influência.

Os fatores ambientais estão divididos em físicos (radiação ionizante e raios X abdominal na gravidez), químicos (derivados de petróleo, solventes e pesticidas, quando ligados a ocupações paternas) e biológicos (vírus Epstein Barr, causador dos linfomas, e o vírus da hepatite B, causador de tumores hepáticos).

No estudo "Incidência, mortalidade e sobrevida do câncer da infância no Município de São Paulo", também ficou evidente que as conseqüências dos vários tipos de câncer sobre a população não é homogênea. "Houve diferenças significativas na probabilidade da sobrevida segundo o tumor", explica Mirra. As piores taxas foram para as leucemias mielóides (15%) e tireóide e outras glândulas endócrinas (22%). As melhores, para os retinoblastomas (69%) e tumores renais (68%).
 

 

 

Terra Redação