30 de junho de 2006 - 17:39

Negociação de venda da Coopernavi está burocratizada

Faltam aproximadamente 30 dias para a decisão final sobre a venda da Coopernavi – Cooperativa dos Produtores de Cana-de-Açúcar de Naviraí. No domingo que passou (25), o presidente da cooperativa, Ibanês Viero, esteve reunido com pelo menos 70 por cento dos 28 associados, e em assembléia, foi aprovada a conferência dos bens para a subscrição e integralização de capital, que em síntese, transforma a cooperativa em Usina Coopernavi Sociedade Anônima. A transformação jurídica de cooperativa para sociedade anônima é o primeiro passo decisivo na venda da Coopernavi, embora quatro dos cooperados, entre eles a empresária Iolanda Tormena Fabris (viúva do fundador da usina, Euclides Fabris), seriam contra a venda, por isso, nem participaram da assembléia.
O cooperado e prefeito de Naviraí, Zelmo de Brida, confirma que o processo realmente é meticuloso e burocrático, e que as condições necessárias apontadas pelos investidores estrangeiros estão sendo cumpridas uma a uma. Contudo, Zelmo prefere o desenrolar dos acontecimentos para dar qualquer informação. “Que os procedimentos estão acontecendo e que em 30 dias poderemos ter a concretização deste negócio, é uma realidade. Mas não quero me antecipar ao presidente e, muito menos, lançar uma expectativa que não esteja sacramentada”, limitou-se a explicar o cooperado.
Segundo o site de notícias sulnews, a negociação foi confirmada pelos cooperados Nelson Donadel e José Telmo Viero, e um grupo de negociadores do interior paulista estaria intermediando as negociações com um grupo empresarial americano-canadense (Bill Kidds Company).
Com a insistência da imprensa, Zelmo acabou declarando que “temos informações de que a proposta dos investidores é quintuplicar a produção. Hoje a Coopernavi processa 2 milhões de toneladas de cana por safra. Fechado o negócio a indústria passará a moer 12 milhões de cana. Isso significa um salto extraordinário na produção e plantio de cana e resultará no fomento de toda economia local. Eu não tenho dúvida que este é um grande negócio para a Coopernavi, para o Município e para toda a população, pois também haverá a necessidade de mais mão-de-obra”, considerou Zelmo de Brida.
O Portal do MS buscou informações sobre os valores reais desta negociação, mas as informações são desencontradas. As fontes oscilam, e o preço seria de R$ 230 milhões chegando a R$ 260 milhões. Porém, de acordo com Zelmo de Brida, está totalmente descartada a informação de que um dos compradores seria o bilionário Bill Gates, conforme foi noticiado no início do ano.
Atualmente, os usineiros da Coopernavi plantam 25 mil hectares de cana. Esta quantia permite a produção de 80 milhões de litros de álcool e três milhões de sacas de 50 quilos de açúcar por safra. Na safra 2005/2006 a Coopernavi moeu 1,8 milhão de toneladas. Com mix de produção de 50% para açúcar e 50% para álcool, a Coopernavi é a maior usina do Cone Sul do Estado de Mato Grosso do Sul, e uma das maiores do Estado, que já emprega no pico da safra 2.500 empregados.
 
 
Sul News