30 de junho de 2006 - 15:42

Laudo descarta voz de Marcola em entrevista à Bandeirantes

Um laudo do Instituto de Criminalística concluiu que não é do líder do PCC, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, a voz veiculada em entrevista feita por celular pelo jornalista Roberto Cabrini, da TV Bandeirantes, e exibida em maio último.

Por meio de um telefone celular, Cabrini e o suposto líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) falaram sobre a maior onda de ataques contra as forças de segurança já realizada no Estado. Na ocasião, o entrevistado afirmou que a facção determinou a realização da megaoperação porque "os direitos dos presos não foram cumpridos".

Segundo informações divulgadas nesta sexta-feira pelo Tribunal de Justiça, a juíza auxiliar do Decrim (Departamento de Execuções Criminais e Corregedoria dos Presídios), Isaura Cristina Barreira, decidiu na última quarta (28) enviar à 1ª Delegacia Seccional da Polícia Civil da cidade de São Paulo uma cópia do laudo.

A seccional deverá apresentar informações sobre o inquérito que apura o delito de apologia de crime ou criminoso, além de enviar à Justiça uma cópia do depoimento do jornalista.

Entrevista

Após a exibição da entrevista, Cabrini disse ter sido autorizado por integrantes da cúpula da facção --também por meio de telefones celulares-- a falar com o líder do PCC. Ele chegou a mencionar que, nas ligações em que negociou a concessão da entrevista, os criminosos evitavam dizer o nome de Marcola --preso no Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), onde vigora o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), o mais rígido do país.

De acordo com Cabrini, pessoas próximas a Marcola foram consultadas por ele e identificaram a voz que aparece na entrevista como a do líder do PCC. Uma destas pessoas seria a advogada do próprio Marcola. A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Bandeirantes nesta sexta, mas ainda não obteve um posicionamento sobre o caso.
 
 
 
Folha Online