26 de agosto de 2004 - 07:34

Revista faz novas denúncias envolvendo Meirelles

Novas denúncias de irregularidades envolvem o nome do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. A edição eletrônica da Revista Época revela que o Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu processo para investigar a suspeita de que o BankBoston pagou salários para policiais que trabalharam na campanha eleitoral de Meirelles como seguranças.

A suspeita é que o banco teria acertado as indenizações irregulares para encobrir ajuda de campanha do atual presidente do BC. Segundo a reportagem, as quantias pagas nos acordos chegaram, no caso de pelo menos um dos PMs, a R$ 140 mil. Esses acordos foram fechados este ano.

Meirelles teria dito à revista que "não há nenhuma doação do BankBoston" à sua campanha eleitoral. "O Banco tem uma política mundial de não se envolver com assuntos políticos", afirmou. Meirelles foi presidente mundial do BankBoston até se aposentar, em agosto de 2002. Os acordos trabalhistas foram fechados em 2004, quando ele já era presidente do Banco Central.

Ainda segundo a revista, o presidente do BC teria argumentado que seu contrato de trabalho com o banco previa escritórios, assessoria e segurança no Brasil - que seria mantida mesmo quando ele deixasse a presidência da instituição. Meirelles admite que os seguranças o acompanhavam a eventos de campanha, mas diz que isto acontecia por que eles o acompanhavam a todo tipo de evento.

Em pelo menos dois casos, a data de contratação dos policiais pelo BankBoston é 13 de maio de 2002. Nesta data, Meirelles ainda era formalmente presidente do banco, mas já iniciava a campanha para deputado federal por Goiás, afirma Época.

Ao total, são oito indenizações trabalhistas que teriam sido pagas pelo BankBoston a policiais militares de Goiás. A procuradora do trabalho Maria das Graças Prado Fleury, em um parecer ao qual a revista teve acesso, afirma: "Suspeita-se que o BankBoston estaria se utilizando de lides simuladas para possibilitar a prestação de contas da campanha de seu ex-presidente e encobrir abuso de poder econômico".

 

Terra Redação