20 de agosto de 2004 - 14:15

Cientistas brasileiros desenvolvem células ósseas

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Botucatu, conseguiram desenvolver células ósseas, a partir de células-tronco humanas, em camundongos e coelhos. Segundo a Agência Fapesp, o material genético usado é fruto de doações feitas para o transplante de medulas ósseas.

Testes em modelos humanos, porém, serão feitos somente em uma etapa futura. "Primeiro, teremos que validar os nossos protocolos em animais, o que não ocorrerá antes de três a quatro anos. Não podemos dar falsas expectativas", explicou Elenice Deffune, do Laboratório de Engenharia Celular do Hemocentro da Faculdade de Medicina da Unesp, à Agência Fapesp.

Neste momento, os cientistas trabalham na aplicação dessa técnica para a reparação de fraturas graves, reconstituição de cartilagens e recuperação da calota craniana. Eles comprovaram também que é possível desenvolver tecidos humanos em superfícies de titânio, com total adesão, significando um novo caminho para tratamentos como a reposição de dentes.

Como em nenhum desses projetos não se usam células-tronco embrionárias, mas de uma espécie de auto-transplante, Elenice acredita que não existam problemas em relação à questão ética. "Os pesquisadores, quando lançam um olhar claro e uma observação atenciosa sobre os processos naturais de edificações dos tecidos, podem copiar a natureza com harmonia e oferecer uma tecnologia que possa ser usufruída por todos", observa.

A legislação brasileira sobre pesquisas com células-tronco de embriões humanos, já aprovada na Câmara dos Deputados, tramita no Congresso Nacional e proíbe o uso dessas células para qualquer fim. No Senado, estuda-se uma emenda para liberar trabalhos desse tipo.
 

 

Terra Redação