17 de agosto de 2004 - 13:44

Taxa de juros deverá ser mantida em 16%, prevê Merrill Lynch

A taxa Selic deverá ser mantida em 16% ao ano, sem viés, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a ser realizada entre amanhã e quarta-feira em Brasília. A previsão é do Merrill Lynch e vai ao encontro do que espera a maioria do mercado financeiro. A instituição observou que, desde o último encontro do Copom, quando o IPCA foi pressionado por reajustes de tarifas, os índices inflacionários têm mostrado desaceleração. O banco citou, também, que a baixa dos preços nas vendas no atacado e no varejo tem aliviado alguns indicadores inflacionários. Ao mesmo tempo, completou a Merrill Lynch, as expectativas do mercado para o IPCA em 12 meses subiram de 6,28% para 6,40% e, para 2005, ficaram estáveis em 5,50%. Considerando o aumento das taxas reais dos contratos futuros de juros para 360 dias, bem como o aumento dos preços do petróleo no mercado internacional, a instituição justifica uma pausa da queda da taxa Selic. Em relatório enviado a clientes, a Merrill Lynch também reforça que dados divulgados recentemente apontam forte crescimento econômico, o que inspiraria cautela ao BC. No mês de junho, a produção industrial teve variação positiva de 13% em relação ao mesmo período do ano passado, a maior taxa de crescimento desde fevereiro de 2000. A instituição indica, também, que a mensagem da última ata do Copom reforça a expectativa de maior conservadorismo. No relatório, o Banco Central afirmou estar pronto para adotar uma postura mais ativa caso se consolide "um cenário de divergência entre a inflação projetada e a trajetória das metas, com uma eventual exacerbação dos fatores que levaram ao aumento recente das projeções de inflação para 2004 e 2005".

Na ata, o Copom deixou claro que a manutenção do juro nos níveis atuais por um período prolongado deverá criar um cenário benigno para a inflação, "com convergência das expectativas de inflação dos agentes privados e da inflação efetivamente ocorrida para a trajetória das metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)".
 
 
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