17 de agosto de 2004 - 10:47

Seminário vai discutir saúde da população negra

O 1º Seminário Nacional de Saúde da População Negra, que começa amanhã (18), "representa um excelente avanço em termos de igualdade racial", afirmou hoje a chefe de gabinete da Secretaria de Promoção da Igualdade Social, Maria Inês Barbosa, ao jornal MBR Manhã, da TV a cabo da Radiobrás. O evento, segundo ela, é histórico e reunirá gestores municipais e estaduais do Sistema Único de Saúde de todo o Brasil, pesquisadores e representantes de entidades da sociedade civil.

O seminário, disse Maria Inês, representa um avanço "porque se reconhece que vivemos num país racista". Ela afirmou que a própria criação da Secretaria demonstra isso. "O Estado reconhece que vivemos em um país racista. E o racismo ele também impactua de forma negativa na saúde da população. Então o histórico é reconhecer que, apesar dos avanços na saúde, com o Sistema Único, você reconhece que existe singularidade da população negra pautada pelo racismo”, disse.

Maria Inês informou que, atualmente, a população negra representa 50% da população brasileira e que o perfil da saúde da população negra é a precocidade dos óbitos. “Nós temos um maior índice de mortalidade infantil, um risco maior de mortalidade materna, uma prematuridade dos óbitos do homem negro por exemplo, matado pela violência,” afirmou.

O seminário, segundo ela, é uma etapa de um processo que se iniciou na 12ª Conferência Nacional de Saúde, realizada no final do ano passado, que também se constituiu com um marco, "porque a população negra, o movimento negro, organizado dentro da conferência, conseguiu colocar algumas questões relativas à saúde da população negra. Nesse processo houve a elaboração do Plano Nacional de Saúde, onde o governo reconhece que existe uma diferença relativa à saúde da população negra", acentuou.
 
 
Agência Brasil