13 de agosto de 2004 - 13:06

Dólar reforça tendência de queda e se aproxima de R$ 3,00

A queda na confiança do consumidor e a inflação sob controle nos EUA animaram os investidores no mercado de câmbio. Nem mesmo o novo recorde do petróleo, que chegou a US$ 45,99, conseguiu reduzir a tendência de queda do dólar.

No fim da manhã, a moeda americana era negociada em baixa de 0,49%, a R$ 3,02. Segundo o vice-presidente executivo de tesouraria do banco alemão West LB, Flávio Farah, o volume negociado é bastante reduzido. Tradicionalmente, os investidores evitam assumir posições mais longas no fim da semana. "Hoje o volume representa a metade do que é negociado em um dia normal", diz.

Os novos dados de inflação e de confiança do consumidor confirmaram as expectativas de um aumento gradual dos juros nos EUA --um cenário positivo para os ativos dos países emergentes. O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) subiu 0,1% em julho. Em junho, o indicador apurou queda de 0,3%. No comunicado da última reunião, o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) voltou a enfatizar que diante do aumento da pressão inflacionária, não hesitaria em elevar os juros.

O núcleo do índice, que exclui alimentos e energia, subiu 0,1%, contra um aumento de 0,2% em junho. Para a consultoria Global Invest, apesar da alta em relação a junho, a inflação foi relativamente baixa em julho por causa dos resultados mais elevados nos meses anteriores. Em maio, o indicador teve alta de 0,8%.

A confiança do consumidor norte-americano caiu de 96,7 pontos em julho para 94 pontos na primeira prévia de agosto, de acordo com dados da Universidade de Michigan. Analistas previam uma leitura de 97,5 pontos.

"Apesar do cenário de preocupação com o petróleo, o dólar teve uma manhã de otimismo com o resultado da confiança do consumidor e da inflação", afirma Farah.

O risco-país refletiu a aposta no gradualismo nas próximas reuniões do Fed. No fim da manhã, o indicador da confiança dos investidores na economia brasileira recuava 3,10%, para 561 pontos. A Bovespa patinava, intercalando pequenas altas e baixas, com investidores ajustando posições para o vencimento dos contratos de opções na segunda-feira.
 
Folha Online