6 de dezembro de 2005 - 09:06

Parte de vestiário desaba e mata adolescente em Amambai

O adolescente Edimar dos Santos da Rosa, de 15 anos, morreu esmagado em Amambai quando parte do vestiário do Estádio Municipal Ernesto Landolfi desabou. O acidente aconteceu no fim da tarde de domingo logo após a partida final da categoria sub 17 de um campeonato de futebol de categorias de base promovido pela Prefeitura de Amambai.

Segundo testemunhas, ao término da partida decisiva, tomados pela euforia da conquista do título, os adolescentes correram para os vestiários em tom de comemoração. A vítima teria tirado a chuteira e preparava-se para tomar banho em companhia de outros atletas da equipe, quando parte da parede de concreto e tijolo de aproximadamente 1,8 metro de altura que separa o vestiário dos chuveiros veio a desabar.

Além de soterrar Edimar da Rosa, a parede também atingiu em um dos braços um adolescente que estava no chuveiro. Socorridos pela ambulância da Prefeitura, o adolescente ainda chegou a dar entrada com vida no Hospital Regional de Amambai, mas, tendo um corte profundo na cabeça e afundamento de crânio, o garoto acabou não resistindo e morreu logo em seguida.

Ao tomar conhecimento da tragédia o prefeito de Amambai, Sérgio Diozébio Barbosa, lamentou a morte do adolescente e classificou o ocorrido como uma fatalidade. Ele afirmou ainda que a Prefeitura de Amambai dará toda a sustentação para os familiares, já que o garoto, além de ter sofrido o acidente em um local público pertencente ao município, participava de uma competição promovida pela Prefeitura e fazia parte de uma escolinha esportiva, também mantida pela Prefeitura de Amambai.

Equipes das polícias Civil e Militar de Amambai estiveram no local do acidente realizando os levantamentos preliminares e lacraram o vestiário que passará por uma perícia que estava prevista para ser realizada na tarde de ontem por peritos da Polícia Civil vindos da cidade de Ponta Porã. Segundo a Polícia Civil, através da perícia será possível detectar o que provocou o desabamento da mureta e também apurar se houve alguma negligência, tanto por parte dos organizadores do evento esportivo como por parte dos próprios atletas que, na euforia da comemoração, poderiam ter se pendurado na mureta que não teria agüentado o peso e desabado.

Segundo antigos esportistas procurados pela reportagem, o vestiário onde aconteceu a tragédia foi construído há mais de 20 anos e a mureta que desabou teria sido construída na mesma época. As instalações do campo de futebol pertenciam ao Estado e estavam cedidas para a LEMA (Liga Esportiva Amambaiense), porém, com a paralisação das atividades da Liga, o local ficou abandonado por vários anos e os dois vestiários do estádio, também chamado de “Campo da Poli”, acabaram tendo seus telhados destruídos por vândalos, deixando as repartições internas dos vestiários exposta a chuva e ao sol, o que poderia ter provocado o enfraquecimento das paredes, inclusive da que acabou desabando.

Em 2003, depois que o governo do Estado repassou as instalações esportivas para o município, a Prefeitura de Amambai realizou a recuperação de todas as instalações, como colocação de coberturas e pinturas, porém não mexeu na parte estrutural das construções existentes. No primeiro semestre deste ano as instalações esportivas voltaram a ser recuperadas pela Prefeitura para receber a modalidade de atletismo dos JAMS (Jogos Aberto de Mato Grosso do Sul), mas a parte estrutural interna dos vestiários, que, segundo as informações não apresentavam problemas aparentes, não foi mexida.

 

 

Mídia Max