2 de agosto de 2004 - 16:08

Caminhoneiros turcos suspendem serviços no Iraque

Caminhoneiros turcos anunciaram hoje a suspensão de grande parte dos serviços de abastecimento às forças americanas no Iraque, depois da execução de um colega por seqüestradores pertencentes a um grupo islamita.

A Associação de Transportadores Internacionais (UND), que afirma representar 873 das 900 empresas turcas especializadas em transporte, anunciou em comunicado a interrupção imediata das entregas para unidades militares americanas no Iraque, depois da execução de um cidadão turco que havia sido seqüestrado.

"Tendo em vista a atual situação, foi decidida, a partir de hoje, a suspensão de qualquer entrega para as unidades americanas baseadas no Iraque".

"Há que se destacar que a segurança e a estabilidade não estão garantidas. Diante dos recentes acontecimentos, a UND decidiu suspender os fretes que tenham como destino bases americanas no Iraque", diz o comunicado.

De acordo com as declarações do presidente da associação, Cahit Soysal, os fretes destinados às forças da coalizão representam cerca de 5% do total do transporte destinado ao Iraque.

A suspensão do serviço foi decidida depois da morte de um cidadão turco, empregado de uma empresa de comida rápida, que teve a execução filmada pelos seqüestradores. Foi o primeiro refém turco assassinado no Iraque.

Sites islamitas divulgaram um vídeo pela internet mostrando a vítima. Murat Yuce foi executado com três tiros na cabeça por seus captores, supostamente ligados ao grupo terrorista do jordaniano Abu Mussab Al-Zarqaui.

O assassinato de Murat Yuce foi confirmado pelas autoridades e pela empresa para a qual trabalhava, a Bilintur, especializada em serviços de hotelaria e alimentação.

Um texto lido por um dos seqüestradores dizia que "o infiel" turco seria executado porque seu país não colaborou com os avisos de interromper "toda a ajuda ao invasor" americano no Iraque.

Outros turcos haviam sido seqüestrados no Iraque anteriormente, mas foram libertados em pouco tempo por causa, sobretudo, da intervenção do governo da Turquia, que fez contato com personalidades iraquianas influentes. Pelo menos dois caminhoneiros turcos estão atualmente nas mãos de seqüestradores.

Um diplomata americano disse em Ancara que não sabia qual era exatamente a quantidade de unidades de serviço turcas usadas pelas forças americanas para transporte, mas estimou que se trata de "um número considerável".

 

AFP