2 de agosto de 2004 - 07:49

Supermercado teria fechado saídas durante incêndio

A tragédia do incêndio que matou pelo menos 296 pessoas ontem em um supermercado de Assunção, Paraguai, pode ter sido aumentada pela ganância dos proprietários do estabelecimento. De acordo com testemunhas, quando o fogo começou todas as saídas foram bloqueadas por funcionários para evitar saques e que clientes saíssem sem pagar.

Julio Giménez, assessor jurídico do hipermercado da rede Ikúa Bolaños, desmentiu esta versão. "Em nenhum momento se fechou nada. Todos os que podiam sair deste infeliz acontecimento saíram." Os bombeiros, no entanto, dizem que o bloqueio pode ter sido mesmo realizado já que a maioria das vítimas não morreu queimada, mas intoxicada pela inalação de dióxido de carbono. Este foi um dos piores incêndios registrados na América Latina nos últimos 10 anos.

O incêndio foi registrado por volta das 12h (13h de Brasília). Segundo diferentes versões policiais, na hora da tragédia havia entre 400 e 700 pessoas no local, que fica numa avenida de acesso à capital. Segundo fontes do departamento de bombeiros, o incêndio começou na cozinha do estabelecimento após a explosão de um cano de gás. As chamas se estenderam rapidamente por todo o edifício e as portas se fecharam, impedindo a saída das pessoas.

A Justiça paraguaia ordenou a detenção do proprietário da rede de hipermercados. Juan Pío Pavía pode ser indiciado por homicídio culposo e lesão corporal grave. "Eu a nego categoricamente. Parece que o fogo se expandiu rapidamente e isso provocou pânico entre as pessoas. Foi uma verdadeira desgraça", afirmou o empresário, que se apresentou voluntariamente à polícia depois de conhecer a decisão da Justiça.
 
 
Terra Redação