29 de julho de 2004 - 10:02

Copom admite inflação acima da meta em 2004 e 2005

O Comitê de Política Monetária (Copom) está pronto para adotar uma postura "mais ativa", se o cenário de divergência entre a inflação projetada e as metas se consolidar. O BC considera que a manutenção dos juros por um período prolongado deverá permitir um cenário benigno para os preços. A avaliação consta na ata da última reunião do Copom, em que a taxa de juro foi mantida em 16% pelo terceiro mês seguido.

O cenário de referência do BC, que leva em conta Selic a 16% e câmbio a R$ 3,00, aponta inflação "acima da meta de 5,5% para 2004 e ligeiramente acima da meta de 4,5% para 2005". Na ata anterior, o cenário de referência supunha a inflação abaixo do centro do alvo do ano que vem.

Pelo documento, a mediana das expectativas para a inflação subiu 0,39 ponto percentual, passando de 6,71% para 7,10%. Para 2005, a projeção passou de 5,44% para 5,50%. Já a inflação para os próximos 12 meses passou de 6,03% para 6,27%.

O colegiado do BC acrescentou que "mesmo com a piora do quadro inflacionário, e o posicionamente da política monetária que ela requer, não há razões para que as expectativas de crescimento econômico sejam revistas".

PREÇOS ADMINISTRADOS

Os integrantes do Comitê também projetaram reajustes maiores para as tarifas de telefonia, energia elétrica e todo o conjunto de preços administrados.

Para a telefonia fixa, a expectativa de reajuste para 2004 fica em 12,8%. Na reunião anterior, o reajuste anual seria de 6,1%. As tarifas de energia elétrica residencial também devem ficar 0,6 ponto percentual mais altas que a projeção anterior, chegando a 11,6%.

Com isso, a previsão para o reajuste dos preços administrados ou monitorados por contrato no ano aumentou 0,6 ponto percentual, ficando em 8,3%.

No entanto, os membros do grupo mantiveram em 9,5% a perspectiva para o reajuste para todo o ano dos preços da gasolina. Para o gás de botijão houve um leve recuo da projeção, que passou de 6,9% para 6,8%.

 

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