FÁTIMA NEWS COM ASSESSORIA | 31 de agosto de 2020 - 11:14 NO SENADO FEDERAL

Simone Tebet diz que Congresso não votará reforma tributária que prejudique os mais pobres

Simone Tebet diz que Congresso não votará reforma tributária que prejudique os mais pobres

FOTO: ASSESSORIA

A presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, senadora Simone Tebet (MDB-MS), disse que o Congresso não votará uma reforma tributária que prejudique os mais pobres nem que crie impostos para a classe média. “Podemos unificar programas sociais, mas jamais vamos acabar com programas como o seguro-defeso e Farmácia Popular”, disse em entrevista ao programa Tribuna Livre, da Rádio Capital FM de Campo Grande (MS), na manhã desta segunda-feira (31).

Ela concorda com a unificação de programas sociais, desde que não se tire benefícios das classes C e D para dar para a classe E. Simone defende que os mais ricos deem a sua parcela de contribuição e cita, por exemplo, a inexistência de taxação sobre lucros e dividendos.

A senadora é a única parlamentar de MS na Comissão Mista da Reforma Tributária. Ela acredita que o Governo quer propor um sistema mais justo, “mas na hora que vai colocar no papel todas as necessidades, a conta não fecha. O discurso ficou contaminado por uma série de necessidades que não poderão entrar no cesto da reforma tributária”, disse referindo-se também à busca por fonte de recursos para financiar o programa Renda Brasil, que substituirá o Bolsa Família.

“Nós temos condições de fazer um bolsa família, com um valor muito superior aos R$ 190 reais. Em média, coisa de R$ 300, R$ 350, mas para isso, tem de tirar de quem pode pagar mais. Muita gente não paga imposto e ganha milhões. Um exemplo é a taxação sobre lucros e dividendos de pessoas muito, muito ricas. Estou falando da classe AA. Se tributasse minimamente essas pessoas já seria suficiente para aumentar o Bolsa Família (Renda Brasil). É esse tipo de reforma tributária que queremos para o País. Do contrário, é melhor não fazer”, disse.

Simone Tebet afirma que a reforma tributária passou a ser a “mãe de todas as reformas”, mas não se consegue avançar há 20 anos porque o povo brasileiro já paga muitos impostos sem receber a contrapartida em serviços públicos de qualidade.

A senadora também se posicionou contrária a recriação de uma “CPMF disfarçada. Eu falei que não adianta passar batom na CPMF e tentar vender como um novo imposto porque ela vai continuar CPMF e o Congresso Nacional tem esse compromisso com o País: não vai criar impostos”, disse.

Outros assuntos

Durante a entrevista, a senadora Simone Tebet também falou sobre a liberação dos cerca de R$ 30 milhões que conseguiu junto ao Ministério da Saúde para o combate ao novo coronavírus em hospitais de municípios-polo de MS. O recurso já chegou às prefeituras de cidades como Corumbá, Dourados, Três Lagoas, Nova Andradina, entre outras, num total de 29 cidades.

Simone Tebet também comentou sobre a promulgação do novo Fundeb, que vai garantir mais recursos para melhorar a educação básica no Brasil, destacando a valorização do professor e a possibilidade de ampliação de vagas em creches.

A senadora ainda falou da conversa com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, para ajudar o Mato Grosso do Sul no combate às queimadas no Pantanal. Simone propôs incluir o bioma Pantanal no Conselho Nacional da Amazônia Legal.