Dourados News | 24 de agosto de 2020 - 10:05 AÇÕES DO DEPUTADO BARBOSINHA

Barbosinha defende intervenção federal para resolver problema da falta d’água nas aldeias

Segundo o líder da aldeia Bororó, Gaudêncio Benites, quase metade dos índios está sem abastecimento de água há mais de um mês.

Barbosinha tem se reunido constantemente com lideranças que trazem os problemas da comunidade - (Foto: arquivo)

Em meio a pandemia do novo coronavírus, cerca de 17 mil indígenas das aldeias Bororó e Jaguapiru, em Dourados, continuam sem água encanada no espaço que forma a maior reserva urbana indígena do país. Segundo o líder da aldeia Bororó, Gaudêncio Benites, quase metade dos índios está sem abastecimento de água há mais de um mês.

O assunto já mereceu várias manifestações do deputado Barbosinha (DEM), da tribuna da Assembleia Legislativa, em visita realizada pessoalmente às comunidades afetadas e em intervenções junto ao MPE (Ministério Público do Estado) e ao MPF (Ministério Público Federal), mas, “infelizmente, a Sesai [Secretaria especial de Saúde Indígena], órgão do Ministério da Saúde que deveria cuidar desse assunto, parece que não vê nesse problema um agravante para os casos de coronavírus”, observa o deputado.

Citando o mais recente boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde da Prefeitura de Dourados, que mostra, na última sexta-feira (21), 15 novos casos de testagem positiva para a Covid-19 entre os índios das aldeias da cidade, Barbosinha disse que “se algo não for feito, além da gravidade do problema, a Reserva de Dourados vai ser o epicentro do coronavírus em Dourados, por absoluta inércia dos organismos oficiais”.

O procurador do MPF em Dourados, Marco Antonio Delfino de Almeida, concorda que a falta de água é uma realidade nas comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul e lembra que desde 2011 vem cobrando providências. “Infelizmente é necessário que haja demanda judicial para um direito que deveria ser automático”, acrescenta.

“Já chegamos a ficar 15, 20 dias, sem água. É um problema constante na comunidade. Não tem como cobrar higienização porque não tem água. Não adianta oferecer o produto para lavar se não tem água. É um problema sério”, diz o líder da aldeia Jaguapiru, Nelson Avila, relatando a realidade dos índios de Dourados.

“Se não houver uma intervenção federal na Sesai, essa situação vai continuar e nós vamos perder vidas”, protesta o deputado Barbosinha. Alguns indígenas chegam a percorrer mais de 4 quilômetros para levar água para casa, diariamente. As aldeias já somam 232 casos confirmados do novo coronavírus desde o início da pandemia em Dourados.