Correio do Estado | 22 de julho de 2020 - 12:31 CRISE NA FRONTEIRA

Quatrocentas lojas fecham e seis mil vagas são extintas na Fronteira

Comerciantes protestaram durante a semana pela reabertura da divisa entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero

Divisa de Ponta Porã com Pedro Juan Caballero - Reprodução

A fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero está fechada há quatro meses. De acordo com a Câmara de Comércio e Turismo de Pedro Juan Caballero, o segmento já registra cerca de 400 lojas fechadas no período em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A semana foi marcada de protestos por parte dos comerciantes.

Na madrugada de sexta-feira, foram queimados pneus para impedir o cruzamento da fronteira. Ainda no mesmo dia, comerciantes fizeram filas de carros com buzinaço pedindo a reabertura da faixa fronteiriça. “Tivemos mais de 70% das lojas fechadas e as que estão trabalhando operam com apenas 25% da capacidade. São quase 400 lojas que já foram fechadas e o número pode ficar ainda maior. Muitos empresários brasileiros tiveram de fechar as portas”, explicou o presidente da Câmara de Comércio de Pedro Juan Caballero, Victor Barreto.

Outro problema enfrentado por brasileiros é quanto ao desemprego. Com a restrição do trânsito entre os países, brasileiros que trabalham na cidade paraguaia são impedidos de entrar. “O número de desempregados passou de 5 mil e deve chegar a 6 mil, porque estão fechando cada dia mais empresas e postos de trabalho. Os trabalhadores brasileiros que trabalham em lojas paraguaias foram afetados neste sentido”, informou Barreto, que ainda ressaltou que destes quase seis mil demitidos 30% são brasileiros.

O empresário Amauri Ozório Nunes explicou que foi afetado pelo fechamento da linha internacional que separa as cidades. O comerciante tinha empresas dos dois lados da fronteira, mas, com o impedimento do trânsito entre os países, precisou fechar o comércio do lado paraguaio. “Eu fechei a loja do Paraguai, aqui no Brasil estamos trabalhando normalmente, só perdemos os clientes paraguaios. Fronteira fechada é uma realidade que temos de nos acostumar”, lamentou.