Correio do Estado | 12 de junho de 2020 - 13:07 COVID-19 EM CAMPO GRANDE

Com festas e casas de shows retornando, Campo Grande ultrapassa marca de 600 casos

Em 24 horas, mais 48 casos foram confirmados

Nas ruas, o uso das máscaras é cada vez menor - Álvaro Rezende/Correio do Estado

Campo Grande ultrapassou a marca de 600 casos de Covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus) nesta sexta-feira (12). Com 48 confirmações nas últimas 24 horas, a Capital soma 608 registros.

Ontem, quinta-feira (11), Campo Grande bateu recorde de confirmações em único dia, com 126 novos casos. Questionado pelo Correio do Estado, o prefeito Marcos Trad (PSD) minimizou os números.

“O mal já passou. A maioria destas pessoas que foram confirmadas hoje, tiveram o vírus e já foram curadas”, disse ontem. Enquanto isso, a Capital tem 415 casos aguardando resultado.

Apesar do aumento exponencial, Trad vem afrouxando regras de isolamento contra o novo coronavírus. Na quarta-feira (10), decreto autorizou apresentações de duplas em bares e restaurantes. “É um pedido dos artistas que vivem na noite”, frisou durante transmissão ao vivo na rede social Facebook.

Fechado por recomendação do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS), o Terminal Rodoviário Senador Antônio Mendes Canale vai reabrir neste sábado (13), contrariando decreto que previa suspensão de 30 dias.

Para isso, o prefeito determinou a instalação de barreiras sanitárias na rodoviária, e as viações e a administração terão que cumprir várias regras de biossegurança como o distanciamento social, uso de máscaras e de álcool em gel. Deverá ser reduzido pela metade o número de passageiros em cada veículo, respeitando distanciamento dentro dos ônibus, pulando fileira de poltrona e permitindo apenas que parentes fiquem próximos. Essas determinações já eram previstas antes do fechamento.

Enquanto isso, com denúncias de bares lotados, aglomerações em bairros, índice de isolamento baixo e adesão pequena do uso de máscaras, Trad também minimizou esses fatos. Em entrevista ao Correio do Estado no início do mês, ele disse que não cogita, por exemplo, decretar o chamado lockdown, que é o fechamento de todos os estabelecimentos públicos e privados.

“Todas as medidas de cautela, com respaldo científico, são sempre bem-vindas. Não vamos prender as pessoas, então vamos orientar. Quem está violando as regras são adultos, não crianças. E eles sabem os riscos que estão correndo, a gente orienta, mas vai da consciência de cada um”, justificou na época.

DADOS ESTADUAIS

Hoje, Mato Grosso do Sul chegou a 3.001 casos. Entre ontem e hoje, mais 148 casos foram confirmados. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) também notificou mais uma morte, a 28ª no Estado.

Trata-se de um homem de 53 anos, de Corumbá, que era hipertenso e diabético. Caminhoneiro, ele passou por São Paulo e pela Bolívia e estava internado na Santa Casa da cidade. Ele teve um infarto e faleceu na madrugada de hoje. A SES também registrou outras duas mortes: uma idosa de 61 em Sidrolândia e um policial civil de 52 anos em Ponta Porã.

Dos 148 novos casos, 50 foram registrados em Dourados, 48 em Campo Grande, 17 em Corumbá, 13 em Rio Brilhante e três em Chapadão do Sul. Angélica, Deodápolis, Fátima do Sul, Iguatemi, Itaquiraí, Naviraí, São Gabriel do Oeste e Sidrolândia confirmaram dois casos cada.  

Glória de Dourados, Mundo Novo, Novo Horizonte do Sul e Três Lagoas registraram um novo caso cada. Procedimento que já é comum, Ponta Porã eliminou dois casos de sua base de dados e Caarapó excluiu um. Isso acontece quando as autoridades locais identificam que o paciente apenas recebe atendimento na cidade e não reside no município.

Mais 91 pessoas se recuperaram da Covid-19, totalizando 1552. 70 pacientes estão internados, sendo 40 em leitos clínicos e 32 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Duas pessoas de São Paulo são tratadas no Estado, mas não contabilizadas pela SES.

Dessas 40 pessoas em leitos clínicos, 25 estão em leitos públicos. As outras 14 estão em hospitais privados, e mais uma de São Paulo ocupa leito privado. Entre os 32 internados em UTI, 16 ocupam leitos públicos e 16 pessoas estão em hospitais privados. Com isso, a taxa de ocupação de leitos clínicos é de 10,7% e dos de UTI é de 20,6%.