27 de julho de 2004 - 08:39

Coodenador do MST pede a Deus que ilumine Lula

O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, disse hoje que está “apelando a Deus” para que ilumine o presidente Lula a mudar a política econômica do País. Ele afirmou que a atual conjuntura não há espaço para a reforma agrária, que segue em “passo de tartaruga”. “Já estou apelando a Deus. Acredito que muitos no movimento e nas igrejas estão rezando. Do jeito que está só vai aumentar a pobreza, porque mesmo com a economia crescendo, não distribui renda”, declarou Stédile, antes da cerimônia Prêmio Luta Pela Terra, organizado pela entidade no Rio como parte das comemorações pelos 20 anos do MST.

Ele citou o ministro Olívio Dutra (Cidades) ao questionar a falta de recursos para habitação. “Coitado do Olívio Dutra, ele não faz nada porque não tem dinheiro. Enquanto isso, o governo paga juros de R$ 70 bilhões da dívida pública.” Mostrando dados do IBGE, Stédile afirmou que a atual política econômica favorece o capital financeiro. “Estão aí os dados revelados pelo IBGE: de janeiro de 2003 a maio de 2004, a produção industrial cresceu 6,5%, mas ao mesmo tempo o emprego industrial diminuiu em 3%.

Ele defendeu que seja feita uma reforma administrativa do Incra, “para que o Estado trabalhe a favor do pobres, porque hoje tudo é difícil, é demorado, não tem gente”. “Nosso inimigo principal é o latifúndio e o agronegócio, que só produz dólar e pobreza. O governo é nosso amigo.” Stedile também citou a importância da educação para o movimento. Segundo ele, existem atualmente convênios com 42 universidade brasileiras e 58 militantes estudando medicina em Cuba.

 

Estadão