jb Litoral | 22 de setembro de 2019 - 08:58 BARBÁRIE

Filho de empresário é acusado de encomendar a morte do pai. Crime chocou cidade.

Mesmo com o pai caído, morto no chão, com ferimentos de arma de fogo, Luiz Felipe não desce para ver o pai

Assassino contou que iria receber R$ 10 mil para matar empresário

O assassinato do empresário Geovane Charlles Alca­lá, de 47 anos, no início da tarde de sexta-feira, 20, resultou na prisão do filho dele como um dos envolvi­dos no crime. Luiz Felipe Alcalá, de 24 anos, é acusa­do de encomendar a morte do pai para Rafael Anderson Kubiak da Veiga, de 23 anos, que foi preso horas depois do homicídio, escondido no forro da casa do empresário.

Ao ser preso por policiais militares, Rafael teria informado que tinha sido levado até a residência pelo próprio filho da vítima e que foi Luiz Felipe quem lhe entregou a arma utilizada no crime, uma pistola calibre 380 que foi apreendida e que era propriedade de Geovane. Ao confessar o crime, Rafael disse que subiu no forro da casa para se esconder com a ajuda de Luiz Felipe.

PLANO

Segundo o que foi apurado pela polícia, Rafael receberia R$ 10 mil para matar Geovane e, para isso, se passaria por um assaltan­te, que invadiria a casa da família, na Rua Florinda Carlos Cardoso, Vila Diviena. Quando policiais militares chegaraam ao local, Luiz Felipe alegou que o assassino teria fugido a pé, após atirar no seu pai.

Ele relatou aos policiais que, por volta das 8 horas, ao chegar em casa foi rendido por um homem, o qual estava de posse de arma de fogo e o manteve em cárcere privado no interior da residência, em seu pró­prio quarto, sendo amordaçado e tendo as mãos amarradas, porém, o autor não anunciou o roubo, como também não subtraiu nada de valor.

Em suas declarações aos militares, Luiz Felipe relatou que o pai estava dormindo e, ao acordar, percebeu algo estranho, indo até a sacada onde visualizou o carro do filho estacionado. O rapaz disse que, em seguida, Geovane se dirigiu até o quarto onde ele estava e tentou entrar. Notando que o quarto estava trancado, segundo Luiz Felipe, Geovane acabou arrombando a porta e, neste momento, teria sido baleado, sendo atingido por dois tiros na região dorsal, um no abdômen, outro na mão esquerda e mais um na perna direita.

Socorristas do Samu foram ao local e encontraram o empresário caído no quintal da residência, na frente da porta de acesso ao interior do imóvel. Por cerca de uma hora foi tentando reanimar Geovane, mas ele acabou entrando em óbito no local.

PEGADAS

Na continuidade da verificação nos cômodos do imó­vel, juntamente com equipes do Instituto de Crimina­lística e Polícia Civil, é que os policiais militares perce­beram gateiras em dois banheiros, um localizado no quarto de Geovane, e que havia pegadas nas patentes e paredes,  levantando suspeitas de que o autor pudesse estar escondido no forro.

Assim que Rafael foi preso, ele informou sobre a participação de Luiz Felipe no crime e os policiais acabaram descobrindo trocas de mensagens nos celulares dos dois, revelando que o filho da vítima estava mentindo e que o crime tinha sido encomendado. Na sequência, ao ser questionado sobre a arma do crime, Luiz Felipe acabou revelando que estava em um móvel na casa. 

Levado à 1ª Subdivisão Policial de Paranaguá, Luiz Felipe permaneceu em silêncio ao ser ouvido. Ele acabou autuado por envolvimento no homicídio e ficou re­colhido no setor de carceragem da Cadeia Pública, à disposição da Justiça, assim como Rafael.