Correio do Estado | 17 de setembro de 2019 - 19:49 GASOLINA SEM REAJUSTE

Sinpetro diz que não haverá reajuste imediato no preço dos combustíveis

Sinpetro diz que não haverá reajuste imediato no preço dos combustíveis

Ataque na Árabia Saudita pode trazer reflexos em 10 dias - Valdenir Rezende / Arquivo / Correio do Estad

O ataque ocorrido no fim de semana a uma refinaria na Arábia Saudita pode refletir no valor dos combustíveis brasileiros em alguns dias. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul  (Sinpetro-MS), o reflexo no preço dos combustíveis só poderá ser sentido em dez dias.

Por meio de nota o Sinpetro-MS informou que não haverá reajuste imediato. “O momento é atípico e não deve durar e assim como divulgou a Petrobras , não haverá reajuste imediato no preço dos combustíveis. A Petrobras deve aguardar alguns dias para ver como o mercado internacional se comporta, é um cenário desafiador, pois terá de provar independência política de preços e também evitar reações por parte dos caminhoneiros”.

Ainda de acordo com a nota do sindicato é quase impossível que dentro de no máximo 15 dias não se tenha alteração nos preços das refinarias. “É quase impossível não se prever dentro de 10 a 15 dias no máximo quando começarem a chegar os primeiros pedidos de combustíveis importados, que não se tenha uma alteração nos preços nas refinarias. Nesse momento, chegaria esse reajuste em torno de 8% a 10%”.

A Petrobras vai continuar observando o comportamento do preço do petróleo no mercado internacional até decidir se vai revisar os preços dos seus derivados no Brasil. Na prática, significa que o consumidor não será afetado no curto prazo, porque a estatal vai segurar os preços. O Sinpetro aponta que não haverá falta de combustíveis nos postos. “Não existe hipótese de faltar os produtos nos postos. No Brasil hoje 65% do consumo é de etanol e 35% de gasolina, portanto se tiver alguma movimentação não será de 100%”, descreve a nota.

Postos de combustíveis que adotarem práticas abusivas de preço na esteira da crise do petróleo podem ser penalizados, afirmou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em nota. Diante da crise na commodity após o ataque à Saudi Aramco, na Arábia Saudita, consumidores relataram à imprensa que alguns postos  estavam elevando os preços. A prática seguiria na contramão da decisão da Petrobras de não elevar o preço dos combustíveis nas suas refinarias.

Em nota, a ANP disse que faz uma pesquisa semanal de preços e fiscalizações no mercado de combustíveis. “Identificando distorções, como preços abusivos ou indícios de cartel, (a ANP) faz estudos de concentração econômica e também ações de campo para constatar se os preços são, de fato, abusivos”, afirmou.

Segundo o diretor do Sinpetro, Edson Lazarotto, o sindicato não fiscaliza preços, mas como  o mercado campo-grandense é competitivo os donos de postos não devem aumentar os preços sem que haja necessidade. “O mercado de combustíveis é de livre concorrência,portanto cada revendedor como também as distribuidoras sao livres para trabalharem com suas margens de lucro. É importante sempre frisar que em Campo Grande há mais de quatro meses temos a gasolina mais barata do país”, explica.

Ataques

Os ataques realizados por drones antes do amanhecer de sábado (14) resultaram em explosões e incêndios em instalações da petroleira Saudi Aramco em Abqaiq e Khurais. O ministro da Energia da Arábia Saudita confirmou que os ataques contra instalações petroleiras atingiram cerca de metade da produção do país. Em uma declaração emitida pela agência de notícias estatal, o príncipe e ministro Abdulaziz bin Salman revelou que os ataques reduziram a produção diária em cerca de 5,7 milhões de barris. A quantidade corresponde a cerca de 5% da oferta global.