ARTIGO - *POR LUCIANO GAZOLA -

 

Ontem li uma frase de um psiquiatra que eu gosto muito, “ninguem te deve nada”. Não é um princípio muito cristão já que Jesus disse que a todos devemos o amor, mas sem dúvida é um remédio pra se enfrentar essa onda “mimimi” que tem produzido uma geração de bunda moles em nossa sociedade.

 

Há uma diferença entre se saber que deve ou esperar que alguém te deva. Direitos, direitos, direitos e os deveres? Mestre Saramago um dia disse, precisamos de um dia para lembrar dos deveres humanos. A vida fica mais leve e mais eficaz quando eu sei que ninguém me deve nada, nem Deus, nem o Universo e muito menos os seres humanos. 

 

A coletividade funciona melhor quando impulsionada pelo prazer da existência e não pelo poder das dívidas, medos ou favores. Ninguém me deve nada, mas eu devo muito, ou não devo nada, pouco importa, a vida é sempre cíclica e o meu maior dever é melhorar dentro de cada ciclo. 

 

Não lamento mais, nem menos, simplesmente vivo. Jesus falou sobre um perdão de 70X7, aliás o infinito 7 da cabala judaica, o perfeito 7.

 

Quem sabe que ninguém lhe deve nada perdoa sempre. Se ninguém me deve nada também não sou juiz de ninguém e não tenho nada com a vida do outro no sentido de cobra-lo. 

 

Ah o mundo seria bem melhor. O ar de uma sinceridade, de uma verdade limpa moveria as relações. O mimimi dos donos da razão, dos detentores da régua dos pecados perderia a força.

 

Seria como o cheiro do churrasco, seria o tal paraíso na terra. Ninguém me deve nada!

 

Lucio Bah. - Luciano Gazola, comerciante, professor e teólogo.