Extra | 7 de fevereiro de 2019 - 11:17 FURIA DA NATUREZA

Sobe para cinco mortes por causa de temporal no Rio

O prefeito Marcelo Crivella confirmou que ao menos cinco pessoas morreram no temporal que castigou o município do Rio na noite desta quarta-feira.

Bombeiros tentam resgatar vítimas de ônibus que foi soterrado na Avenida Niemeyer Foto: Marcia Foletto / Marcia Foletto

RIO — O prefeito Marcelo Crivella confirmou que ao menos cinco pessoas morreram no temporal que castigou o município do Rio na noite desta quarta-feira. Uma das vítimas foi soterrada dentro de um ônibus na Avenida Niemeyer, em São Conrado, na Zona Sul. É uma mulher. Outra morte ocorreu no Morro do Vidigal, também em São Conrado. Outras três mortes já havia sido confirmadas: duas em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste, e outra na Rocinha, na Zona Sul. De acordo com Crivella, pode haver mais uma vítima: seria mais um passageiro soterrado no ônibus.

Bombeiros usam motosserras para cortarem pedaços da árvore que estão sobre o ônibus e já retiraram boa parte do material. Os cabos de aço já foram instalados para retirar o veículo.

Por causa das mortes, Crivella decretou luto oficial no município do Rio. A cidade permanece em estágio de crise, segundo o Centro de Operações Rio (COR), com possibilidade de chuvas moderadas ainda nesta quinta-feira.

O prefeito disse ainda que nenhum morador do Vidigal será removido, em princípio. Técnicos da GeoRio farão uma vistoria em toda a encosta da comunidade, que fica às margens da Avenida Niemeyer. O objetivo é avaliar as condições do solo para saber se há riscos para as famílias que vivem na comunidade.

Mãe e filho mortos

Em Barra de Guaratiba, morreram mãe e filho: Isabel Martins da Paz, de 56 anos, e Mauro Ribeiro da Paz, de 33. Outras duas pessoas da mesma família seguem internadas no Hospital municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste: Áureo Ribeiro da Paz, de 64 anos, marido de Isabel, e Arthur M. da Paz, de 34, filho do casal. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, o estado dos dois é estável.

Alerta para riscos de novos deslizamentos

Mais cedo, em entrevista ao "Bom Dia Rio", Crivella havia feito um alerta para moradores de áreas de risco no Rio. Segundo ele, apesar de não estar chovendo forte, o solo está encharcado e há riscos de quedas de árvores e também deslizamentos. Segundo o prefeito, essas pessoas devem procurar abrigos:

— A cidade está inteiramente monitorada. Não há previsão de chuvas de manhã e na primeira parte da tarde. A chuva virá à noite. Mas as áreas de risco estão com solo encharcado. Diria à população para ficar em abrigos.

206 chamados e vias ainda interditadas

O COR divulgou um balanço da situação do Rio às 10h59 desta quinta-feira. A Defesa Civil do município recebeu 206 chamados para vistoria em decorrência das chuvas, entre 19h desda quarta e 6h desta quinta. Os bairros onde houve mais demandas foram: Barra da Tijuca (Zona Oeste - 18 chamados), Barra de Guaratiba (Barra de Guaratiba (Zona Oeste - 12 chamados),São Conrado ( Zona Oeste - 11 chamados), São Conrado (Zona Oeste - 11 chamados), Itanhangá (Zona Oeste - 11 chamados), Freguesia (Zona Oeste - 5 chamados), Rocinha (Zona Sul - 8 chamados) e Morro do Vidigal (Zona Sul - 9 chamados). Entre as principais ocorrências, estão desabamentos de estrutura, ameaças de desabamento, rachaduras e infiltração em imóveis, e deslizamentos de encosta.

Ainda existem vias interditadas na cidade: Avenida Niemeyer, nos dois sentidos; Auestrada Grajaú-Jacarepaguá, no sentido Freguesia, para limpeza da Comlurb; Avenida. Lúcio Costa, no sentido São Conrado, altura da Praia da Reserva, por causa de queda de árvore; Mergulhões na Barra da Tijuca — os dois, nas avenidas Ayrton Senna e Armando Lombardi; Estrada dos Bandeirantes, no sentido Taquara, na altura do Condomínio Rota do Sol, por causa de queda de árvore; Avenida Visconde de Albuquerque, no sentido Jardim Botânico, altura da Praça Sibélius.

Sete ontos de alagamentos ainda são registrados. Alguns deles são na Autoestrada Lagoa-Barra, no Itanhangá, na Barra da Tijuca e no Pechincha. Cento e setenta árvores caíram durante o temporal, em diferentes pontos da cidade. Também houve queda de seis postes.

O COR informou, ainda, que às 21h48m de quarta-feira foram acionadas as sirenes das comunidades da Rocinha e Sítio Pai João, no Itanhangá.