Dourados News | 5 de dezembro de 2018 - 19:40 DOURADOS - OPERAÇÃO CIFRA NEGRA

Vereadores presos se “revezavam” há oito anos em cargos da Mesa Diretora da Câmara em Dourados

Vereadores presos se “revezavam” há oito anos em cargos da Mesa Diretora da Câmara em Dourados

FOTO: Gizele Almeida/Dourados News

Idenor Machado (PSDB), Pedro Pepa (DEM) e Cirilo Ramão (MDB), vereadores presos na Operação Cifra Negra desencadeada na tarde desta quarta-feira (05)  “revezaram” cadeiras na Mesa Diretora da Câmara Municipal de Dourados durante anos. Além deles, o ex-vereador Dirceu Longhi (PT) outro preso na Operação, também já fez parte de composições anteriores. 

O Dourados News levantou em arquivos da Casa de Leis que na gestão de 2011 e 2012 quem esteve a frente da presidência da Câmara tão logo assumiu o cargo como vereador foi Idenor Machado. Ele acabou reeleito para a função no biênio de 2013 a 2014 e posteriormente comandou o legislativo entre 2015 e 2016. 

Em 2011 e 2012, o vereador petista Dirceu Longhi atuou como 1° Secretário. 

Para o biênio de 2013/2014, Longhi foi mantido na função, bem como já citado, Idenor no cargo de presidente e como segundo secretário assumiu Pedro Pepa. 

Esse quadro da mesa diretora se manteve para o biênio de 2015/2016 da casa de leis. 

Cirilo Ramão Cardoso (MDB) já ocupou o cargo da vice-presidência da mesa diretora da Câmara. A função foi exercida nos anos de 2015 e 2016. 

Mesa diretora atual 

O comando atual da Câmara Municipal conta com Daniela Hall (PSD) na presidência, Sérgio Nogueira (PSDB) na vice-presidência. Dois dos vereadores presos se mantiveram na Mesa, Pedro Pepa (DEM) como 1° secretário e Cirilo Ramão (PMDB) como 2° secretário.

Eleição  

Na sexta-feira (07), está marcada a eleição da Mesa Diretora da Casa de Leis. Pedro Pepa havia se colocado como opção para a presidência e concorreria com Alan Guedes. 

Na chapa do vereador que foi preso, estão: Junior Rodrigues (PR) como vice-presidente, Silas Zanata (PPS) como 1° secretário e Cirilo Ramão como 2° secretário. 

Investigações 

A ação realizada em conjunto entre a 16ª Promotoria de Justiça e a delegacia do 2º Distrito Policial de Dourados, teve alvos ainda em Campo Grande. Ao todo, são 10 mandados de prisão e um de busca e apreensão nas duas cidades, expedidos pelo juiz da 1ª Vara Criminal, Luiz Alberto de Moura Filho.  

De acordo com nota encaminhada à imprensa, a ação é originária de outras duas operações, a Telhado de Vidro e a Argonautas – deflagradas em 2013 em 2014 - e que investiga crimes de colarinho branco. 

Na Câmara de Dourados, as investigações apontam para corrupção ativa e passiva. 

Conforme o Ministério Público, em diversos processos licitatórios realizados nos anos anteriores dentro da Casa, empresas consideradas como ‘cartas marcadas’ se apresentavam e atuavam em conluio. 

Algumas delas, conforme o MPE, existiam apenas no papel para simular uma concorrência legal. 

“Sem a devida concorrência, os valores dos contratos oriundos destes processos se faziam exorbitantes”, diz trecho da nota. 

Propinas

Ainda de acordo com o Ministério Público Estadual, para garantir o esquema, essas empresas repassavam na época, valores aos vereadores a título de propina.