Dourados News | 4 de dezembro de 2018 - 11:50 DOURADOS - SOS SAUDE

Além do cenário de abandono, servidores do PAM dizem pagar café, gás e até internet do próprio bolso

Djalma já foi coordenador do PAM na década de 1990 e disse que aceitou o convite da prefeita Délia Razuk (PR) em julho deste ano para retomar o posto, sob a condição de reforma do prédio.

Djalma Barros, coordenador do PAM. - Crédito: Vinicios Araújo/Dourados News

Se não bastasse o local de trabalho prejudicado por mais de uma década sem nenhuma manutenção estrutural, os servidores do PAM (Pronto Atendimento Médico) precisam também custear com recursos do próprio bolso o café, o gás de cozinha e a conta de telefonia e internet.  

As informações foram repassadas pelo próprio coordenador da unidade, Djalma Barros. Ontem (3) pela manhã o Dourados News foi ao local em busca de informações sobre a promessa de reforma e encontrou, além dos prejuízos no prédio, um enorme descaso com os profissionais que ali cumprem suas rotinas diárias.

“O café é nós que pagamos do bolso, o gás foi eu que paguei, o telefone e a internet foi nós que pagamos do bolso”, relatou à reportagem.

Djalma já foi coordenador do PAM na década de 1990 e disse que aceitou o convite da prefeita Délia Razuk (PR) em julho deste ano para retomar o posto, sob a condição de reforma do prédio. 

Por mês, mais de 10 mil pacientes passam por alí em busca de atendimento especializado. Além de Dourados, outros 34 município da região fomentam a rotina da unidade, que além de sofrer com a estrutura prejudicada, ainda carece de recursos básicos.

Durante a entrevista, ele citou também a situação vivenciada pelos médicos. Se falta banheiro até para paciente, já que pelo menos quatro estão interditados, Djalma abriu o espaço da própria sala para garantir que os profissionais possam utilizá-lo.

Enquanto isso, a receita adquirida pelo Município entre 01/01/2018 e 04/12/2018 já alcança o montante de R$ 816.088.894,01. 

OUTRO LADO

O Dourados News acionou a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde para esclarecer o fato e segundo servidor responsável, “até a prefeita faz vaquinha para o café”. 

Ele afirmou que por ser produto para consumo pessoal, o poder público não tem por obrigação fazer o fornecimento. 

Sobre a conta de telefonia e internet, a assessoria da Saúde garantiu que não possui conhecimento do fato e que estranha, já que o Município paga uma empresa para fornecer a todas as unidades. 

“A não ser que eles tenham colocado um serviço além do que a Prefeitura já paga”, disse. 

A reportagem foi assegurada de que seria verificado a situação e um retorno seria encaminhado ao Dourados News, mas até o momento nada foi recebido.