Correio do Estado | 3 de setembro de 2018 - 16:24 RITUAL SATÂNICO

Familiares de professora desconfiam que ela foi vítima de ritual satânico

No local foi encontrado cálice de vinho e crucifixo de cabeça para baixo

No local foi encontrado cálice de vinho e crucifixo de cabeça para baixo

Familiares da professora Maria Ildonei de Lima Pedra, 70 anos, que foi encontrada morta em sua casa, desconfiam de que ela foi vítima de ritual satânico. A suspeita foi motivada devido o cenário em que ela foi achada. Cálice de vinho foi encontrado no local do crime e crucifixo de cabeça para baixo foi colocado no tórax da vítima, após ser morta.

Até o momento, não foi comprovado que pertences da professora tenham sido roubados. Um dos familiares, que não quis ter o nome divulgado, disse que a professora era muito religiosa e que não tinha intrigas com ninguém. “Ela era muito querida e mesmo sendo militante, ela era pacífica. Tá tudo muito estranho, não levaram nada e a maneira como ela foi morta, taça com vinho e crucifixo, parece ritual”, afirmou um dos familiares.

A professora morava sozinha e tinha três filhos. Ela foi encontrada morta, na noite de sábado (1), porém, de acordo com familiares, a única parte que estava, aparentemente revirada, era o guarda-roupa. A vítima estava de pijama em casa, localizada no Jardim Leblon, em Campo Grande.

A autópsia foi feita ontem (2) e investigador Osni Martins disse que ainda não conseguiram solucionar o caso. “Estamos procurando mais informações, estamos investigando ainda, perguntando para vizinhos e parentes”, afirmou.

A VÍTIMA 

Militante histórica da educação e dos direitos das mulheres, Maria Ildonei compôs a diretoria da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems) por aproximadamente 20 anos. Exerceu o cargo de secretária-geral adjunta por dois mandatos.

De acordo com a presidente em exercício da Fetems, Sueli Veiga Melo, a professora foi achada já sem vida na cozinha de sua casa, por um filho, no início da noite de sábado. “O portão estava aberto, mas a casa fechada”, conta.

Mesmo de fora da direção da Fetems, a professora colaborava no hotel da entidade. “Sempre foi muito participativa, muito ativa. Trabalhava o dia inteiro no hotel”, continua Sueli Melo.

Maria Ildonei era irmã de Maria José de Lima, a professora Zezé, que morreu em julho deste ano. Zezé também militava na educação e foi vereadora pelo município de Camapuã.

A vítima já foi enterrada no cemitério Jardim das Palmeiras na manhã desta segunda-feira (3).