Massa News | 23 de agosto de 2018 - 15:45 REVIRAVOLTA NO CASO

Marido forjou suicídio de esposa após assassiná-la, diz polícia

Adriana foi encontrada enforcada dentro do banheiro da casa em que vivia com o marido, porém, alguns indícios apontaram para um possível homicídio

(Foto: Reprodução/Facebook)

A Justiça aceitou, nesta quarta-feira (22), o pedido de conversão da prisão temporária em preventiva de Nelson Rogério Prado, suspeito de assassinar a mulher, a professora Adriana Cristina Cazon dos Santos, de 43 anos, no dia 23 de julho, no bairro Atuba, em Curitiba. Em um primeiro momento, o caso chegou a ser tratado como suicídio, já que a vítima estava com um objeto semelhante a uma alça de bolsa enrolada no pescoço.

Adriana foi encontrada enforcada dentro do banheiro da casa em que vivia com o marido, porém, alguns indícios apontaram para um possível homicídio, já que a professora apresentava grandes lesões na cabeça. Além disso, de acordo com a polícia, os sulcos encontrados no pescoço da vítima não eram compatíveis com suicídio por enforcamento, confirmado através de laudo pericial.

Desta forma, o delegado Osmar Feijó, que estava de plantão no dia do crime, pediu para que Prado, marido da vítima, aguardasse no local para maiores esclarecimentos. “Apesar da recomendação, ele [Prado] não permaneceu no local, alegando que iria a um pronto socorro, mas não foi atendido em nenhum lugar. Depois disso ele simplesmente desapareceu, não atendeu telefonemas e deu a impressão de que não tinha interesse em questões do sepultamento da esposa, como não queria esclarecer fato algum. Isso motivou o pedido de prisão preventiva”, explicou a delegada responsável pelo caso, Sabrina Alexandrino.

Prado só se apresentou na delegacia no fim da tarde do dia 24 de julho, fora do período de flagrante, acompanhado do advogado. “Estava fora do período de flagrante, mas como já havia um mandado de prisão preventiva, ele acabou detido”, disse. De acordo com a delegada, o crime teria sido motivado por uma suposta traição de Adriana, descoberta pelo marido dia 21 de julho. “Tivemos notícia também de alguns fatos violentos que ele cometia contra a vítima, como tentativas de estrangulamento, sempre em razão do comportamento violento e possessivo”.

Na delegacia, Prado permaneceu em silêncio durante o interrogatório. De acordo com diversas testemunhas, ouvidas ao longo das investigações, a vítima pretendia se separar. “Testemunhas relataram que o suspeito era extremamente controlador, agressivo e ciumento, razão pela qual Adriana queria se separar, porém ele não aceitava o divórcio”, relatou Sabrina, acrescentando que “apesar das circunstâncias a vítima nunca registrou boletim de ocorrência, tentando preservar sua imagem e da família”.

A delegada explicou, ainda, que o marido da vítima montou um cenário após o crime, com a intenção de simular um suicídio. “Porém graças ao trabalho ágil da polícia foi comprovado o fato, sendo indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e por razão de gênero (feminicídio), cuja pena vai de 12 a 30 anos de prisão”.

Prado responderá também por fraude processual, cuja pena é de três meses a dois anos, considerando que montou a cena do crime, visando confundir a investigação. O homem está preso e à disposição da Justiça.