Adolescentes presos em caverna na Tailândia são encontrados com vida
A dramática operação de resgate que comoveu a Tailândia nos últimos dias contava com mil socorristas de diversos países.
RIO — Os 12 meninos integrantes de uma equipe de futebol que vinham há nove dias sendo procurados na Tailândia, após terem desaparecido com o seu treinador num complexo de cavernas inundadas, foram encontrados vivos nesta segunda-feira, segundo o governador regional. Todas as 13 pessoas estão a salvo, de acordo com relatos preliminares. A dramática operação de resgate que comoveu a Tailândia nos últimos dias contava com mil socorristas de diversos países.
— A Marinha tailandesa encontrou todos os 13 com sinais de vida — disse e o governador de Chiang Rai, Narongsak Osatanakorn, a repórteres.
Em um ponto ao longo da trilha, alguns meninos deixaram suas malas, disseram autoridades. Em outro, deixaram seus sapatos. Além dos pertences deixados na boca da caverna e marcas de mãos nas paredes, nenhum vestígio deles havia sido encontrados até então.
Por enquanto, não está claro onde os meninos foram encontrados nem quanto tempo demorará para que o seu resgate seja concluído. Os meninos podem estar sofrendo de desnutrição e baixa temperatura corporal, e dois deles têm asma, segundo o comunicado de Turajane.
Desde quinta-feira, autoridades tailandesas acreditavam que os 12 garotos poderiam ter encontrado refúgio numa caverna grande, seca e mais alta, que é chamada de "Pattaya Beach"; e, por isso, consideravam perfurar um buraco a partir do topo da montanha para localizá-los. A câmara está localizada a cerca de 5 quilômetros da principal entrada do parque florestal que dá acesso ao complexo de cavernas na cidade de Mae Sai, na fronteira com Mianmar e Laos.
Os jogadores de futebol e seu treinador foram para a caverna numa tarde de sábado, depois do treino da equipe, atravessando uma placa que alertava os visitantes para não penetrarem no local de julho a novembro, devido ao perigo de enchentes durante a estação chuvosa. O aviso também dizia que os visitantes deveriam se reportar à guarda florestal antes de entrar, o que o grupo não fez, disseram as autoridades.
Equipes de resgate de EUA, Japão, Reino Unido, China e Austrália atuam na operação de resgate. Um centro de operações foi instalado numa terceira câmara, a 1,7 quilômetro de distância da caverna onde as buscas se concentravam. As fortes chuvas sazonais dificultaram as buscas: mergulhadores tateavam ao longo das paredes da caverna, mas mal conseguiam enxergar em meio à água lamacenta. Entre os que ajudam nos esforços de busca está uma equipe de 17 especialistas em resgate e sobrevivência da Força Aérea dos EUA. Três mergulhadores especializados em cavernas da Grã-Bretanha também se juntaram às buscas.
Mais cedo nesta segunda-feira, autoridades informaram que os socorristas tentavam abrir caminho através de uma passagem de acesso normalmente restrito a mergulhadores, para chegar ao interior do complexo de cavernas. Usariam 600 cilindros de ar dentro da caverna para ajudar na operação. Agentes de uma unidade de elite da Marinha tailandesa estavam a 500 metros da Pattaya Beach.
Comoção e preces em escola
Na escola Mae Sai Prasitsart, onde estudam seis dos meninos desaparecidos, foi realizada uma cerimônia com orações dedicadas ao time de futebol nesta segunda-feira.
— Eu espero que todos os espíritos que não podemos ver por favor nos ajudem e tragam de volta as 13 pessoas, que são nossos amigos e irmãos — disse o professor Takkapong Thammarangsi, que liderava a oração.
Entre os alunos, o clima era de comoção pelos seus colegas. A mesma tensão estava espalhada por todo o país, enquanto as famílias realizavam vigílias e se agrupavam perto do centro de operações das autoridades à espera de notícias. Alguns parentes tiveram que ser hospitalizados após vários dias de vários dias de angústia.
— Deixem que eles volte para jogar futebol com a gente, sentimos falta deles — dizia Tilek Jana, de 14 anos, cujo amigo Prajak está entre os desaparecidos.