Extra | 10 de outubro de 2017 - 10:29 Clima de Guerra

Violência na Rocinha fecha nove escolas e deixa mais de 2,7 mil sem aulas

Ao todo, são nove unidades — oito delas municipais e uma particular.

Homens das Forças Armadas na Estrada da Gávea Foto: Fabio Guimarães / Agência O Globo

A violência na Rocinha, na Zona Sul do Rio, fez com que escolas localizada na comunidade e em seu entorno fechassem as portas na manhã desta terça-feira. Ao todo, são nove unidades — oito delas municipais e uma particular. Ao todo, são 2.769 estudantes sem aulas.

Da rede pública, estão sem atendimento cinco escolas, duas creches e um Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI). As unidades atendem a 2.489 alunos, segundo informou a Secretaria municipal de Educação.

A Casa Santa Ignêz, da rede particular, dispensou seus funcionários e alunos — são 280, do maternal e do reforço escolar até o 4º ano. Segundo uma professora que preferiu não se identificar, na segunda-feira a escola funcionou somente até as 14 horas, quando pais foram buscar seus filhos por causa da ausência de transporte escolar. De acordo com a professora, na semana passada a escola funcionou apenas dois dias, segunda e quarta-feira.

 

A Rocinha é palco, nesta terça-feira, de uma operação da Polícia Militar em conjunto com as Forças Armadas. Homens do Exército, da Aeronáutica e da Marinha auxiliam a PM na busca por traficantes, armas e munição. As equipes fazem buscas na região de mata e também no entorno da comunidade.

Segundo o Comando Militar do Leste (CML), as Forças Armadas atuam na favela de forma pontual: não se trata de uma nova ocupação, como a que aconteceu no fim de setembro.

A guerra na Rocinha

A Rocinha vem sendo alvo de uma disputa por parte de traficantes. No dia 17 de setembro, moradores da comunidade testemunharam o confronto entre bandidos. Cerca de 60 criminosos ligados a Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem — que está preso num presídio federal em Porto Velho — invadiram a comunidade para expulsar Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, seu antigo aliado.

As Forças Armadas foram acionadas para a comunidade no dia 22 de setembro e ficaram por lá até o dia 29. Desde então, a PM vem reforçando a atuação na Rocinha.