Extra | 22 de setembro de 2017 - 15:54 Violencia no Rio de Janeiro

Moradores relatam pânico na comunidade: 'Guerra'

Vinte e cinco linhas de ônibus tiveram que alterar seus itinerários.

Uma barricada em chamas na localidade Cidade Nova Foto: Rocinha em Foco / Facebook

Tiros, explosões, barricadas e uma nuvem de fumaça. Assim foi a manhã de moradores da Favela da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, nesta sexta-feira. Por volta das 9h30, a violência explodiu na comunidade. A Autoestrada Lagoa-Barra ficou fechada por cerca de quatro horas. Vinte e cinco linhas de ônibus tiveram que alterar seus itinerários.

Desde o início da tarde, os disparos se concentram na região de mata da Rocinha. Algumas das barricadas continuam em chamas.

— Foram feitas barricadas em toda parte. Na Rua 1, no Valão, na Cidade Nova... Já tentaram queimar ônibus e vans. Estamos numa guerra aqui. Trancados em casa, sem saber o que vai ser da gente. Agora, estou ouvindo disparos vindo lá da mata — contou um morador ao EXTRA.

 

A coluna de fumaça na Rocinha Foto: Rocinha em Foco / Facebook

 

O perfil "Rocinha em foco" publicou fotos de algumas das barricadas e também de fumaça. O confronto na comunidade começou por volta das 9h30. De acordo com moradores, o tiroteio foi intenso, marcado por algumas explosões.

 

— Não tem silêncio. É só tum-tum-tum-tum-tum. E nos intervalos, explosões horríveis. Estou embaixo da cama. E daqui não saio — contou uma pessoa que vive na comunidade, sobre a situação na favela por volta das 11h.

 

A barricada na Rua 1 Foto: Rocinha em Foco / Facebook

 

Para se abrigar dos tiros, teve quem se escondesse até mesmo embaixo da pia da cozinha.

— Minha mãe está escondida embaixo da pia da cozinha. O clima é de guerra aqui. Acabou de explodir uma granada — disse outro morador, por volta das 11h20.

Reforço do Exército

Setecentos agentes do Exército devem chegar à Rocinha às 15h desta sexta. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, divulgou o número. Ele afirmou que o Rio é um doente na UTI com "hemorragias, fraturas e cirrose".

— Você tem um doente na UTI. Ele tem fraturas, hemorragia interna e também uma cirrose. Você vai segurar a hemorragia ou a cirrose? A cirrose é estrutural, a hemorragia é a urgência — afirmou o ministro, quando perguntado por jornalistas se o Rio não necessitava de uma ação estrutural no combate à violência.

A ideia é que as equipes do Exército fiquem no entorno da Rocinha. A Polícia Militar continuará dentro da favela. Helicópteros são apoio aos agentes.