G1 | 6 de setembro de 2017 - 13:50 Fizeram chacota da Justiça

Ministro Luiz Fux defende prisão de Joesley Batista e Ricardo Saud

Na avaliação do magistrado da Suprema Corte, os dois delatores "ludibriaram" a Procuradoria Geral da República (PGR).

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O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta quarta-feira (6) a prisão do empresário Joesley Batista – um dos donos da holding J&F – e do diretor de Relações Institucionais da empresa, Ricardo Saud, ambos delatores da Lava Jato.

Na avaliação do magistrado da Suprema Corte, os dois delatores "ludibriaram" a Procuradoria Geral da República (PGR). Na última segunda-feira (4), o chefe do Ministério Público, Rodrigo Janot, determinou abertura de investigação para apurar se os delatores da J&G – grupo que controla do frigorífico JBS – omitiram informações dos investigadores nos depoimentos da delação premiada.

Dependendo do resultado das investigações, os benefícios concedidos pelo Ministério Público aos executivos da J&F poderão ser anulados, entre os quais a imunidade penal, que impede qualquer processo criminal contra eles.

Em um áudio quatro horas aparentemente gravado por descuido, que foi entregue na semana passada à PGR, Joesley e Saud falam sobre possível tentativa de gravarem o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo (PT-SP) para o petista “entregar” ministros do Suprema.

No diálogo entre Joesley e Saud, ocorrido em 17 de março, os dois delatores também discutem uma forma de se aproximar de Janot por intermédio do ex-procurador da República Marcello Miller.

À época, eles ainda não haviam iniciado conversas para fechar o acordo de delação, e Miller ainda trabalhava na PGR como auxiliar do procurador-geral.

“Acho que eles ludibriaram a Procuradoria, degradaram a imagem do Brasil no plano internacional, atentaram contra a dignidade da Justiça, mostraram a arrogância dos criminosos de colarinho branco. Então, eu acho que a primeira providência que tem de ser tomada é prender eles”, reagiu Fux ao chegar nesta quarta-feira ao STF.