Extra | 11 de julho de 2017 - 11:11 Crime

Bandidos que atropelaram grávida no Rio vão responder pelo aborto do bebê

O aborto é considerado uma lesão corporal grave — ressaltou Vieira, responsável pelo caso. O seu vídeo começa em 00:00

Eduardo Baptista mostra resultado de exame realizado pela mãe do bebê Foto: Ana Branco / Agência O Globo

Os criminosos que atropelaram a empresária grávida Flávia Ahrends, de 40 anos, e causaram a perda do seu bebê vão responder na Justiça pelo aborto da criança. O crime não será enquadrado como homicídio por se tratar de um feto de 3 meses, mas o delegado Wellington Vieira, titular da 21ª DP (Bonsucesso), explicou que há previsão no Código Penal para que os suspeitos sejam responsabilizados pela morte do pequeno Arthur, ainda na barriga da mãe, na sexta-feira, na Zona Norte do Rio.

— Eles vão responder pelo aborto. Há previsão no Código Penal de crime de roubo aumentado por morte ou lesão corporal grave durante ou após (o roubo). O aborto é considerado uma lesão corporal grave — ressaltou Vieira, responsável pelo caso.

Uma câmera de segurança flagrou o atropelamento. Com o agravante, a pena do roubo, que é de 4 a 10 anos de prisão, aumenta para de 7 a 15 anos.

Flávia e Eduardo compareceram à 21ª DP na manhã desta terça-feira. O filho de Eduardo, de 10 anos, que estava presente no momento do crime também foi à delegacia. Eles entraram pelos fundos da delegacia e não falaram com a imprensa.

— Ela está muito abalada — disse Vieira.

Além de contar detalhes da abordagem, o casal irá analisar fotos de criminosos que atuam na região para tentar fazer o reconhecimento. O delegado suspeita que os assaltantes pertençam a uma quadrilha que já está sendo investigada por sua equipe.

— Temos um rol de fotografias de suspeitos que atuam com esse mesmo modus operandi e nessa mesma região. Esperamos que eles possam reconhecer um ou mais bandidos. Ela viu o motorista e ele viu o assaltante que estava com uma faca — afirma o delegado, que analisa o vídeo de uma câmera de segurança que registrou a ação — Pelas características das imagens analisadas, a gente acha que são jovens que atuam sempre roubando aparelhos celulares.

Vieira esperou Flávia e Baptista na tarde de segunda-feira. Mas as vítimas, muito abaladas, foram para o hospital e marcaram para o dia seguinte. A empresária passou por uma cirurgia de retirada do feto. Ela está traumatizada, segundo o marido, que também se preocupa com o filho de 10 anos, que presenciou o assalto.

— O bandido me esfaquearia no abdômen, mas eu consegui colocar o braço na frente. Depois corri, achei que ele ia me matar. Meu filho ficou traumatizado, achando que eu tinha sido atingido no peito — contou Baptista, que vai levar o garoto para acompanhamento psicólogico.

Arthur seria o primeiro fruto do relacionamento de 2 anos do casal. Esse é o mesmo nome do bebê baleado ainda na barriga da mãe, há uma semana, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.