G1 | 4 de julho de 2017 - 07:43 Nova droga

O que é a droga 'champanhe rosado' que causa alarme no Reino Unido

A Polícia de Manchester afirmou que a nova versão da anfetamina é "particularmente forte".

O princípio ativo da droga feita em laboratório é o MDMA, popularmente conhecido no Brasil como "MD" ou "Michael Douglas". (iStock/Getty Images)

No último fim de semana de junho, o "champanhe rosado" causou a morte de uma pessoa e deixou outras dez no hospital, quatro delas em estado grave, na cidade inglesa de Manchester.

Este é o nome de um novo tipo de ecstasy que tem se popularizado em festas britânicas e preocupa as autoridades.

A Polícia de Manchester afirmou que a nova versão da anfetamina é "particularmente forte".

O ecstasy é um tipo de anfetamina modificada, também conhecido como MDMA (metilenodioximetanfetamina), que se popularizou nos anos 1970. A posse da droga, no entanto, é proibida na maioria dos países do mundo.

Enquanto o ecstasy, que se popularizou nos anos 1990, é vendido na forma de comprimidos coloridos, o "champanhe rosado" (ou pink champagne em inglês) vem na forma de cristais, o que torna mais difícil para o usuário medir a dose que está consumindo.

O último relatório do Escritório da ONU contra as Drogas e o Crime afirma que, em 2016, pelo menos 20 milhões de pessoas consumiram alguma variedade de MDMA.

Junto com a República Tcheca, o Reino Unido é um dos países com a maior taxa de consumo de ecstasy na Europa.

 

Popularidade

 

Após o incidente em Manchester, as autoridades britânicas abriram uma investigação sobre a droga, mas elas acreditam que sua popularidade repentina está relacionada com os efeitos potentes.

O "champanhe rosado" é um poderoso desinibidor que proporciona aos usuários horas de euforia, sensação de felicidade e extroversão.

No entanto, a "ressaca" destas horas costuma se manifestar com esgotamento físico e mental extremo, sensação de vazio e lentidão de raciocínio.

"Quando o MDMA é absorvido pela corrente sanguínea, ele atinge o cérebro, causando a liberação de diversos compostos químicos", disse à BBC o psiquiatra Adam Winstock, fundador da organização Global Drug Survey, que realiza pesquisas sobre o uso de drogas em todo o mundo.

"O cérebro libera principalmente serotonina, mas também noradrenalina e dopamina. Isso é o que dá a sensação de prazer."

 

Riscos

 

No entanto, Winstock diz que uma dose muito alta da droga pode causar um efeito adverso, com resultados muito desagradáveis para o usuário.