G1 | 29 de junho de 2017 - 08:55 Religião

Cardeal australiano George Pell é acusado de pedofilia; religioso nega

Pell é prefeito da secretaria para a Economia do Vaticano. Ele deverá se apresentar perante tribunal no dia 18 de julho.

O cardeal australiano George Pell, ministro da Fazenda do Vaticano, em foto de 6 de março de 2013 (Foto: Reuters/Tony Gentile)

 

O cardeal australiano George Pell, encarregado de Finanças do Vaticano, foi acusado de pedofilia pela polícia da Austrália nesta quinta-feira (29). O religioso nega as acusações e pediu licença ao Vaticano para preparar sua defesa.

“O cardeal Pell enfrenta múltiplas acusações em relação a históricos crimes sexuais. Há várias reclamações relacionadas a essas acusações”, disse o vice-comissionário da polícia estadual de Victoria, Shane Patton, em uma coletiva de imprensa em Melbourne, sem dar detalhes sobre as acusações.

Pell foi acusado por convocação para se apresentar na corte de Melbourne no dia 18 de julho, disse Patton.

O cardeal reagiu negando "vigorosamente" todas as acusações de abuso sexual contra crianças e afirmou que viajará à Austrália para limpar seu nome. "Sou inocente, estas acusações são falsas. Desejo ter finalmente a oportunidade de comparecer à justiça ", declarou o número três do Vaticano, antes de anunciar que pretende retornar a seu país.

Segundo a agência Efe, Pell, máximo representante da igreja católica australiana, é suspeito de ter abusado sexualmente de menores quando era sacerdote na cidade de Ballarat (1976-80) e quando foi arcebispo de Melbourne (1996-2001), ambas em Victoria.

Em um comunicado, o Vaticano informa que o Papa Francisco foi informado sobre o pedido do cardeal e que, durante sua ausência, a secretaria de Assuntos Econômicos da Santa Sé prosseguirá com suas atividades de modo normal, segundo a France Presse.

"O Santo Padre, que valoriza a honestidade do cardeal Pell durante seus três anos de trabalho na Santa Sé romana, reconhece sua colaboração e, de modo concreto, sua enérgica entrega a favor das reformas no setor administrativo e econômico", afirma o Vaticano no texto.

A Santa Sé também expressa respeito pelo sistema judiciário australiano, mas destaca que é "importante recordar que o cardeal Pell condenou de forma aberta e repetida os atos de abuso (sexual) como imorais e intoleráveis".