Mídia Max | 15 de fevereiro de 2017 - 15:06 Operação da PF

Operação da PF prendeu 4 em MS e encontrou rombo de R$ 7,3 mi em 'bolsas fantasmas'

Pessoas sem qualquer vínculo com a instituição eram beneficiadas

Os desvios de recursos públicos destinados à UFPR (Universidade Federal do Paraná) que chegaram ao rombo de R$ $ 7,3 milhões foram descobertos durante outra investigação da PF (Polícia Federal) que buscava distorções na concessão de bolsas. Logo no início do trabalho, os agentes descobriram que o problema era maior, e, que 27 pessoas sem vínculo com a universidade ou com o serviço público estariam recebendo recursos. O rombo chegou a R$ 7,3 milhões. As fraudes apuradas ocorreram entre 2013 e 2016.

A Operação Research ocorreu em parceira entre a PF, o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria Geral da União (CGU).  Durante coletiva, nesta quarta-feira (15), o juiz federal Marcos Josegrei da Silva afirmou que as investigações detectaram vínculo de amizade ou parentesco entre os beneficiários. 

As investigações mostram, também, que a maior parte dos beneficiários é autônoma e não tem curso superior. "Eles têm profissões como taxista, artesão, cozinheiro, auxiliar administrativo, dono de salão de beleza, motorista de furgão, entre outros", explicou o delegado da PF Felipe Hayashi.

O dinheiro que foi desviado diretamente por duas funcionárias públicas deveria ser destinado ao pagamento de bolsas de estudos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A universidade informou nesta tarde, que as duas funcionárias da instituição suspeitas de participação no esquema foram suspensas das atividades pelo atual reitor, Ricardo Marcelo Fonseca, que assumiu o cargo no fim do ano passado. 

Dos cinco mandados de prisão temporária, em Mato Grosso do Sul, quatro foram cumpridos. O local ainda não foi informado pela PF, tendo em vista, que quatro mandados seriam cumpridos em Campo Grande e um em Maracaju, a 160 quilômetros da Capital. Além dos mandados de prisão, também haviam mandados de busca e apreensão para as duas cidades.

Operação Research

Cerca de 180 policiais federais, 6 servidores da Controladoria Geral da União e 4 dos quadros do Tribunal de Contas da União estão cumprindo 73 ordens judiciais, sendo 29 mandados de prisão temporária, 8 conduções coercitivas e 36 mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro.

Ao todo, foram expedidos 29 mandados de prisão temporária, e 28 pessoas chegaram a ser presas. Um dos presos, de 72 anos, foi solto depois de ser interrogado, a pedido da própria Polícia Federal (PF), tendo em vista, a dificuldade de dicção e de locomoção, devido a um acidente vascular cerebral.

Segundo ofício encaminhado à Justiça Federal do Paraná, haveria dificuldade para manter o idoso sob custódia na Superintendência da PF em Curitiba, por conta de seu estado de saúde. O pedido foi atendido pela Justiça, que expediu o alvará de soltura.

Em Mato Grosso do sul, são cumpridos dois mandados de busca e apreensão e quatro de prisão temporária em Campo Grande, além de um mandado de busca e apreensão e um de prisão temporária em Maracaju. Os presos serão encaminhados para a sede da Polícia Federal em Campo Grande.

Conforme a Polícia Federal, foram reunidos indícios concretos da realização de fraudes em pagamentos (desvio de recursos públicos federais) realizados no período de 2013 a 2016 a título de Auxílio a Pesquisadores, Bolsas de Estudo no País e Bolsas de Estudos no Exterior a diversas pessoas desprovidas de regular vínculo de professor, servidor ou aluno da Universidade Federal do Paraná.

Até então, se detectou a participação de ao menos dois funcionários públicos federais nas fraudes, resultando na prisão cautelar de ambos. O nome da operação 'Research', pesquisa em inglês, faz referencia ao objetivo central das bolsas concedidas pela unidade, destinada a estudos e pesquisas pelos contemplados.