UOL | 30 de agosto de 2016 - 17:15 Economia

Dólar sobe e fecha a R$ 3,24, de olho no Senado e no BC dos EUA

O dólar fechou em alta sobre o real nesta terça-feira (30), em mais um dia de baixo volume de negócios enquanto investidores aguardavam o desfecho do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff e novas pistas sobre quando o Federal Reserve, banco central norte-americano, voltará a elevar os juros.

A moeda norte americana subiu 0,24%, vendida a R$ 3,2402. Veja a cotação do dólar hoje.

 
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No mês, a moeda acumula leve queda, de 0,08%. No ano, há recuo acumulado de 17,93%.

"Essa maratona do impeachment está chegando ao fim e o mercado mal pode esperar. Está na hora de virar a página", disse à Reuters o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, disse nesta terça-feira que acredita que a votação final do impeachment ficará para quarta-feira.

Segundo a Reuters, o foco agora se volta para os planos de ajuste fiscal do presidente interino Michel Temer, que vem enfrentando dificuldades para angariar apoio no Congresso Nacional. Muitos operadores esperam ver prova de força política no curto prazo.

"A trégua da dúvida acabou e agora o governo tem que mostrar a que veio", escreveu o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, em nota a clientes, João Paulo de Gracia Corrêa.

Juros nos EUA
No cenário externo, dúvidas sobre quando o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, voltará a elevar os juros mantiveram a pressão sobre o mercado. O vice-presidente do Fed, Stanley Fischer, afirmou nesta terça-feira que o mercado de trabalho dos EUA está perto do pleno emprego e o ritmo de aumento dos juros vai depender da saúde da economia. Ele não fez comentários sobre quando uma elevação poderia ocorrer.

"Fischer deu um pouco mais de fôlego às especulações sobre a alta de juros do Fed", escreveram analistas do banco Scotiabank em relatório, segundo a Reuters. "Investidores continuam focados no relatório de emprego dos EUA (payroll) da próxima sexta-feira em busca de pistas sobre o momento da próxima alta de juros", acrescentaram.

Na semana passada, Fischer havia dito que o discurso recente da chair do Fed, Janet Yellen, era "consistente" com a possibilidade de aumento de juros em setembro. As declarações elevaram o dólar globalmente. Com taxas mais altas nos Estados Unidos, seriam atraídos para o país recursos aplicados atualmente em outros mercados, motivando assim uma tendência de alta do dólar em relação a moedas como o real.

As cotações ainda refletiram a briga pela Ptax de agosto, taxa calculada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais.