Dourados News | 22 de junho de 2016 - 16:30 GUERRA DO TRÁFICO NA FRONTEIRA

Com “guerra” na fronteira, MPE alerta sobre ação do PCC de olho no mercado do tráfico

Após os conflitos na fronteira com o Paraguai com a execução do narcotraficante Jorge Toumani Raffat, o MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) destacou que o momento tenso mostra que o PCC (Primeiro Comando da Capital) está em ação para o domínio do tráfico de drogas na região.

Conforme o órgão, facções criminosas atuam há anos na região nessa busca.

A ideia dos criminosos conforme o MPE, é "tomar todo o espectro criminoso e gerenciar completamente a dinâmica que envolve principalmente o tráfico, a partir do Paraguai, com passagem por Mato Grosso do Sul".

Conforme o órgão, os grupos se instalaram em Mato Grosso do Sul e o MPE atua com foco em combatê-los. Entre essas facções estão ainda o CV (Comando Vermelho), e o ADA (Amigos dos Amigos), sendo que essas e também o PCC já tiveram membros presos no Estado, por conta de ações de tráfico, roubos, furtos e receptação.

Em 2009, o MPE, por meio da 4ª Promotoria de Justiça de Dourados, e a Polícia Federal procederam a investigação nomeada Operação Conexão 163 e conseguiram desvendar inúmeros crime, com a prisão de onze pessoas.

Na ocasião, constatou-se que os réus faziam parte ou estavam vinculados às facções mencionadas. De acordo com o que explicou o promotor de justiça João Linhares, a situação gerou suspeitas de ações mais intensas dos grupos no futuro, o que tem sido mostrado.

"Isso gerou um alerta de que o nível de atuação das facções e de instabilidade na fronteira seria elevado consideravelmente nos anos seguintes", disse o promotor.

Linhares pontuou que tem sido constantes as ações de diversas promotorias para combater as facções criminosas, sobretudo frente as suas atividades comuns como o tráfico e receptação. Para ele é necessário um alinhamento do Estado para investimento em segurança, quesito no qual o SISFRON (a partir do Paraguai, com passagem por Mato Grosso do Sul) poderá muito contribuir.

"Afigura-se urgente que o Estado (União, Estados e Municípios) consolide uma política de segurança pública para a fronteira que comporte, dentre outros pontos, gestão integrada, estrutura de inteligência ampla e moderna, troca de informações interagências, prevenção e investigação eficientes, pois, ‘não dá para ganhar a fórmula 1, correndo com um fusquinha’. Nesse sentido, a implantação do Sistema de Monitoramento da Fronteira (Sisfron), projeto que está em vias de implantação em Dourados e região pelo Exército Brasileiro, revela-se como um alento e como um novo paradigma de combate ao crime organizado", afirma Linhares.