27 de abril de 2016 - 10:20 SISTEMA

Cadeias têm déficit de 7 mil vagas e um agente para cada 12 detentos

Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias foi divulgado ontem

FOTO: WASHINGTON LIMA / FÁTIMA NEWS

Divulgado ontem, o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) aponta déficit de 7,2 mil vagas no sistema prisional de Mato Grosso do Sul. Conforme estudo, o Estado tem população carcerária de 13,9 mil pessoas, ao passo que o número total de vagas nas 44 unidades é de 6,6 mil - taxa de ocupação de 208%, sexta maior do país.

Ainda conforme a pesquisa, Mato Grosso do Sul possui 1.098 servidores em atividades de custódia, o que deixa o Estado com a pior razão de número de funcionários por quantidade de custodiados do Centro-Oeste - um agente para cada 12,1 detentos. O Distrito Federal, segundo pior da região, tem um trabalhador para cada 12,03, seguido de Goiás (10,5) e Mato Grosso (4,62). 

Os dados do levantamento foram compilados pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e colhidos em dezembro de 2014.

O contexto em que o estudo foi lançado corrobora com os protestos dos agentes penitenciários do Estado. Depois do envenenamento de seis servidores com raticida na semana passada, em Campo Grande, a categoria paralisou atividades de rotina nos presídios estaduais da Capital, Dourados e Jardim por melhores condições de trabalho e segurança.

Onda de mortes de presos também preocupa. Ontem, Tiago da Luz da Silva, 29 anos, foi encontrado morto na Penitenciária Estadual de Dourados, sem lesões ou ferimentos. Em Campo Grande, quatro internos morreram em intervalo de 20 dias no Presídio de Segurança Máxima.

O titular da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), José Carlos Barbosa, o Barbosinha, foi procurado pela reportagem para repercutir os fatos, mas não atendeu as ligações.