G1 | 12 de fevereiro de 2016 - 17:15 FATALIDADE

Academia onde aluno morreu estava regular, afirma Conselho após vistoria

A academia onde um aluno de 44 anos morreu durante o treino na quinta-feira (11), em Campo Grande, atende a todas as normas exigidas para funcionamento regular, segundo o Conselho Regional de Educação Física (Cref-MS). O órgão responsável por fiscalizar as academias fez uma vistoria no estabelecimento e não encontrou irregularidades.

Segundo o vice-presidente do Cref-MS, Joacyr Lima Junior, academia foi fiscalizada há 30 dias em fiscalização rotineira do órgão. "Não foi encontrado nada, está tudo em ordem, documentação correta", afirmou. Além das vistorias de rotina, o Cref também fiscaliza estabelecimentos quando existem denúncias de usuários.

"A gente trabalha sempre com prevenção, a atividade física faz bem a saúde desde que bem orientada e quem faz essa orientação é o professor de educação física habilitado. Então, esse caso foi uma fatalidade. Todas as precauções foram tomadas, a academia possuía laudo do cardiologista, [o aluno] estava acompanhado por um professor de educação física habilitado, mas era um cardiopata e já se sabia e foi uma fatalidade mesmo, lamentamos muito o ocorrido, principalmente para a família, mas os cuidados estavam todos previstos", afirmou.

Procedimento de reanimação durou 45 minutos
(Foto: Arquivo Pessoal)

Segundo Joacyr, há uma lei municipal e uma estadual que exige um atestado médico, mas o conselho da categoria considera insuficiente.

"A gente entende que esse simples atestado não é o suficiente, o que a gente indica é o check-up médico, é muito imporntate uma interdisciplinalidade, o médico trabalhar junto com o professor de educação física para poder prevenir problemas futuros. O que a gente determina é que se u mprogfissional numa entrevista vê que há um fator de risco, o aluno diz que tem algum problema locomotor ou cardíaco, que se procure um especislista e que se faça um check-up todo, até para poder orientar o profissional [de educação física] a trabalhar dentro das medidas e precauções cabíveis", ressaltou.

Nuno José Lamela Costa, de 44 anos, teve uma parada cardíaca enquanto treinava na academia Smart Fit, em um shopping da capital. Segundo a academia, o aluno recebeu os primeiros atendimentos ainda no local, enquanto o Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) já tinham sido chamados.

As equipes de resgate tentaram reanimar o aluno por 45 minutos, mas ele não resistiu e morreu. Conforme a assessoria de imprensa do shopping, o aluno estava devidamente matriculado e apresentou declarações de aptidão para prática de atividade física, com todas as autorizações médicas regularizadas.

Por meio de nota, a rede da academia disse ainda que cumpre a lei vigente na cidade e que “lamenta profundamente o falecimento do cliente e, em solidariedade, prestará apoio à família”.

Segundo a família, o homem tinha problemas de coração desde a adolescência. Na academia, ele recebia acompanhamento personalizado de professor de educação física, realidade diferente do que regulamenta a legislação, que prevê a obrigatoriedade de apenas um profissional habiltado na área para a academia toda.

Em Mato Grosso do Sul, uma lei determina que as academias exijam a apresentação do atestado médico na hora da matrícula. Mas, de acordo com o próprio Conselho de Educação Física no estado, essa exigência não é suficiente para garantir a segurança dos alunos durante as atividades físicas.

Além do acompanhamento médico preventivo, especialistas orientam que outros cuidados devem ser tomados antes de começar a prática esportiva. Um deles é a alimentação.