Top Mídia News | 2 de fevereiro de 2016 - 15:03 Ponta Porã

Prefeito é flagrado em esquema que desviou R$ 12 milhões de Ponta Porã

Ele teria recebido R$ 320 mil para realizar um contrato

O prefeito de Ponta Porã, Ludimar Novais (Sem Partido), é apontado como um dos beneficiários de um esquema de corrupção que desviou R$ 12 milhões no município. Ele foi citado em reportagem do programa Conexão Repórter, do SBT, que explicava a fraude envolvendo fundos de pensão.

A reportagem mostra o depoimento da ex-namorada do doleiro Fayed Traboulsi, a modelo Luciane Hoepers, que era responsável por captar políticos para o esquema em que Institutos Previdenciários eram criados como empresas de fachada para vender títulos de investimentos, conhecidos como "papéis podres", sem valor algum de mercado.

O programa, que foi ao ar na noite do último domingo (22), mostra que prefeitos e vereadores chegavam a mudar a legislação para abrigar essas empresas e, em troca, recebiam comissões milionárias. Em gravação telefônica apresentada na matéria, Ludimar Novaes afirma para Luciana que recebeu o e-mail com os detalhes sobre o fundo de investimento.

O município de Ponta Porã fechou um acordo de R$ 12 milhões com a empresa do doleiro. Em sua defesa para a reportagem, o prefeito afirma que foi apresentado para a presidência do instituto, mas que desconhece o que aconteceu depois que o contrato foi firmado.

 

Ludimar também nega que tenha tratado de valores ou conhecido Luciana Hoepers, ressaltando que as negociações ocorreram dentro da legalidade. No entanto, o caderno de contabilidade de doleiro apresenta o pagamento de duas parcelas de R$ 160 mil para o prefeito.

A operação da Polícia Federal que apresentou as denúncias mostradas na reportagem começou em 2013 quando descobriu a atuação de uma quadrilha que lavava dinheiro proveniente de tráfico de drogas, corrupção e peculato através de 30 empresas de fachada.

De acordo com as investigações, foram desviados cerca de R$ 300 milhões emum ano meio, sendo que R$ 50 milhões teriam saído dos cofres públicos. Os resultados da operação foram encaminhados para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), solicitando o indiciamento dos acusados.