Índios anunciam ‘20 mil guerreiros’ para conflito em Antônio João
O conflito fundiário entre fazendeiros e indígenas no município de Antônio João, região de fronteira em Mato Grosso do Sul, parece estar longe do fim. Na manhã desta segunda-feira (31) o Aty Guasu – um conselho indígena – anunciou através da conta que mantém no Facebook que 20 mil guerreiros Guarani Kaiowa devem entrar na luta pela terra onde ocorre a disputa.
“Os povos Guarani Kaiowá Aty Guasu agradecem aos guerreiros da resistência do povo Terena pelo apoio total. Os povos Guarani Kaiowa acionam guerreiros indígenas e vão enviar mais de 20 mil guerreiros (as) para apoiar a RESISTÊNCIA DE TEKOHA ÑANDERU MARANGATU-ANTONIO JOÃO. Frente à ataque terrorista dos fazendeiros e políticos anti-indígenas ás crianças no tekoha Ñanderu Marangatu MS/Brasil todos povos indígenas se preparam para lutar e enfrentar os pistoleiros/ fazendeiros cruéis (sic)”, divulgou o Aty Guasu.
Esse texto precede uma nota do Povo Terena que detalha as razões da luta indígena pela terra. Ao fim, um aviso: “E decidimos: Se o governo federal não punir os executantes e mandantes desse homicídio, nós TERENA, vamos dar uma resposta à altura para os ruralistas e iniciar imediatamente a autodemarcação de TODO NOSSO TERRITÓRIO!!!”.
A região onde ocorre o conflito já está tomada por forças policiais do Estado de Mato Grosso do Sul, da Força da Nacional e do Exército. No entanto, militares do 3º BPM (Batalhão de Polícia Militar), em Dourados, estão de sobreaviso desde a semana passada, cientes de que há possibilidade de serem enviados para o local.
Imagens encaminhadas à 94 FM por testemunhas do conflito retratam o clima tenso na Fazenda Fronteira, onde o confronto teve início. Um vídeo (assista abaixo) mostra o momento em que policiais retiram da estrada o corpo do índio Simião Vilhalva, morto com um tiro no rosto na área de conflito. Essa morte é investigada pelas autoridades policiais.