Correio do Estado | 20 de abril de 2015 - 14:38 CASO DE RAIVA EM MS

Médico americano vai acompanhar tratamento de paciente com raiva

Médico infectologista é quem cuida do paciente de 38 anos

Médico infectologista é quem cuida do paciente de 38 anos - Foto: Bruno Henrique/Correio do Estado

O médico americano Rodney Willoughby vai acompanhar o tratamento do piscineiro, de 38 anos, que está internado com raiva humana no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, em Campo Grande.

O médico que trata do paciente, Maurício Pompilho, disse, na manhã desta segunda-feira (20), que o estado de saúde é considerado grave, mas o quadro do paciente permanece estável. “Infelizmente o paciente corre risco de vida, mas com o tratamento experimental, a partir de 2004, já é possível dar uma expectativa de cura”, disse.

Segundo Pompilho, o hospital vai receber o acompanhamento a distância de Rodney, que foi o responsável pelo primeiro caso de cura da doença em 2004, através do Protocolo de Milwaukee, que é um tratamento experimental para raiva em humanos. A sedação a que o paciente foi induzido faz parte deste protocolo, segundo o médico.

Ainda de acordo com Pompilho, o caso se agravou devido a demora do paciente em procurar atendimento médico. Uma biopsia da pele confirmou a doença e outro exame, de isolamento viral, confirmou pela segunda vez o caso. O homem foi mordido por um cachorro infectado em Corumbá, distante 444 km de Campo Grande, e procurou atendimento médico cerca de 45 dias depois, mesmo com o surto de raiva que atinge a cidade.

Ele está internado no HU desde sexta-feira (17), na ala vermelha. O vírus afetou o sistema nervoso, mas como ele está em coma, o vírus não se desenvolve. O piscineito está sendo tratado com Amantadina, um antiviral que impede a replicação do vírus no corpo, e o hospital aguarda uma proteína chamada Biopterina que deve ser enviada pelo Ministério da Saúde para o tratamento.

A orientação médica é para que a população procure uma unidade de saúde imediatamente em casos de mordidas, lambidas ou arranhaduras de cachorros, mesmo que não pareçam infectados, além de mordidas de morcegos.  

SURTO

No início deste mês, a Secretaria de Saúde de Corumbá confirmou que a cidade vive surto da doença. Até a primeira semana do mês, eram seis casos confirmados da doença em cães. A vacinação nos animais foi intensificada e mais de 8 mil cães já receberam a dose da vacina anti-rábica na cidade.

O contágio da doença em humanos se dá através do contato do homem com a saliva do animal. Situação geralmente ocorrida após mordidas. Entre os sintomas da raiva humana estão queixas de febre, dores musculares, irritabilidade, dificuldade de alimentar-se e espasmos musculares.

Equipes da Secretaria de Saúde reforçaram as atividades de combate a raiva animal e buscam pessoas que foram agredidas ou tiveram contato com animais suspeitos.