Há mais de meio século, sete homens escalavam o Pico de Orizaba, a montanha mais alta do México, quando uma avalanche soterrou quatro deles. Os corpos nunca foram encontrados. Até esta semana. Montanhistas se depararam com dois cadáveres mumificados que podem ser dos homens desaparecidos. Segundo a equipe de resgate, as múmias estavam abraçadas.

A primeira múmia foi achada no domingo, por acaso, por uma expedição da Cidade do México. Como descreveu o jornal espanhol El País, um dos alpinistas escalava uma cratera quando escorregou e caiu. Nesse momento viu no meio da neve uma caveira, que no início confundiu com um coco. A foto da descoberta espalhou-se pelas redes sociais e a Cruz Vermelha foi avisada.

A notícia chegou aos ouvidos de Hilario Aguilar, da Associação Mexicana de Alpinistas, que resolveu subir ao local. Ontem, ao retirar um pouco da neve ao redor do corpo, acabou descobrindo o segundo. Também foram encontrados um casaco roxo, uma jaqueta e uma mochila.

As autoridades do município de Chalchicomula, o mais próximo da região onde está localizado o vulcão de 5.300 metros de altura, pretendem resgatar os corpos na semana que vem.

Disputa - Aguilar reclamou que o grupo que encontrou o primeiro corpo não quis passar as coordenadas exatas de localização. A justificativa dos alpinistas era que manter segredo era uma forma de respeitar a vítima e a família. Mas é difícil manter segredo depois de publicar a foto em um grupo de montanhistas no Facebook. À agência de notícias EFE, Alberto Rangel afirmou que pretendia evitar, "como está acontecendo", que escaladores sem preparo ficassem a cargo do resgate.