Yahoo Notícias | 26 de novembro de 2014 - 16:07 brigando para nao cair

Cansado de promessa, Valdivia dispara: “Se deixar na Série A vira ídolo"

Atual capitão do Palmeiras, Valdivia esteve no Palmeiras nos dois últimos títulos do clube, o Campeonato Paulista de 2008 e a Copa do Brasil de 2012, e agora tem um desafio diferente pela frente. Depois de se ausentar em boa parte da campanha que culminou no rebaixamento à Série B há duas temporadas, o camisa 10 carrega a responsabilidade de evitar uma nova queda, que, de acordo com o próprio jogador, valeria mais do que uma taça.

"O título é muito importante porque é o que mais interessa na carreira de um jogador, é que o torcedor mais gosta, mas acredito que, pelo momento, pelo ano que a gente tem passado, deixar o Palmeiras na Série A um fato muito importante para ser lembrado. As pessoas pedem isso. Antigamente era: se ganha título, vira ídolo; agora é: se deixar na Série A vira ídolo. Sou contrário. Pela situação do time, temos de nos doar ao máximo, não só eu como o grupo será lembrado", explicou o jogador.

Jogador mais caro do elenco, e também de maior destaque, Valdivia prefere dividir o ‘fardo’ com o restante do grupo, apesar de ter ciência da cobrança que cairá sobre suas costas se o time realmente for rebaixado para a segunda divisão. O camisa 10 foi o mais responsabilizado em 2012, quando não esteve em campo nos momentos decisivos, e agora ainda carrega a faixa de capitão.

 

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Valdivia pisa em Amaral durante o empate entre Palmeiras e Flamengo por 2 a 2 no Pacaembu, pelo Campeonato Brasileiro …

"Quando o Palmeiras caiu, eu não era capitão, estava fora, e vocês citaram que o maior culpado pela queda era eu. Agora que eu sou o capitão e estou jogando, espero que a responsabilidade possa ser compartilhada, como pedi naquele momento. Em 2012, falei que não era o Valdivia, era todo mundo, e agora não muda muita coisa", acrescentou o meia chileno.Por outro lado, se conseguir salvar o Palmeiras da Série B, Valdivia espera ter um elenco mais forte na próxima temporada, porém evita ilusão. O meia, que conhece bem os bastidores do clube, deixou evidente que está cansado das promessas feitas pelos mandatários, ainda mais no período eleitoral vivido pelo Verdão nesta semana, no qual Paulo Nobre e Wlademir Pescarmona buscam a presidência.

 

"Pelo o que o Paulo (Nobre) e o Pescarmona estão falando, a vontade é montar uma equipe forte, mas todo ano é a mesma coisa, o papo é o mesmo, formar uma equipe forte, que dispute título. Não é questão de trazer o Messi ou o Cristiano Ronaldo, mas precisa ter elenco para que um jogador não tenha apenas a responsabilidade. Quando você tem um elenco capacitado para aguentar o ano inteiro é muito mais fácil", cobrou o destaque palmeirense.

O pedido de Valdivia por jogadores mais renomados pode ser explicado pela dificuldade encontrada pelo meia neste momento, no qual a responsabilidade por evitar o terceiro rebaixamento do clube passa pelos pés de garotos revelados nas categorias de base do Palestra Itália. Além disso, quando as jogadas já não dão mais certo, falta confiança aos jogadores.

"É difícil você lidar com isso, pois dentro do grupo temos muitos jovens, criados na casa, e outros que nunca caíram para série b. Eu e mais alguns sabemos o que isso significa, tem muita gente que é vencedora dentro do grupo, acredito que ninguém quer isso na carreira como jogador. Você treina a semana toda e chega no jogo sem fazer aquilo que foi passado nos treinos, a confiança não é a mesma, e como tem muita gente jovem, é difícil passar o que significa cair", completou.