Mídia Max | 21 de novembro de 2014 - 13:15 Aquário do Pantanal

Sob suspeita de superfaturamento, ninguém sabe onde estão peixes do Aquário do Pantanal

O governador André Puccinelli (PMDB) afirma que se não fossem os aquários quebrados durante o transporte, entregaria o Aquário do Pantanal antes do fim da gestão dele, no dia 31 de dezembro de 2014. Porém, a equipe de reportagem apurou que até o momento ninguém sabe nem onde estão os peixes que  teriam de ficar em quarentena antes da inauguração da obra.

A situação é pior porque há suspeita de superfaturamento dos peixes. O deputado Osvane Ramos (PROS) diz que há uma busca desesperada pelos peixes para o aquário porque não conseguiram capturar as espécies. Esta busca acaba fazendo a empresa correr risco de pagar  alto preço pelos peixes.

O deputado ficou sabendo, por meio de um amigo, que o desespero é grande ao ponto de oferecerem até R$ 120 pelo quilo do peixe “pirarara”, quem nem do Estado é. O peixe é encontrado na bacia do Rio Araguaia, Tocantins e Amazonas.

“Foram atrás de um amigo meu particular tentando comprar. Deste meu amigo não compraram. Não sei se chegou a efetivar a compra. Mas, queriam pagar R$ 120 em um peixe de couro, que para o abate é vendido por R$ 18”, denunciou.

A equipe de reportagem apurou que os peixes ainda nem chegaram a Campo Grande. A assessoria da Polícia Militar Ambiental (PMA), onde os peixes ficarão guardados, afirmou que não tem ligação direta com a manutenção das espécies, que é de responsabilidade do Imasul e da empresa responsável. Segundo a assessoria, os peixes só ficarão na PMA por questão de segurança.

“Não temos nem informação de quando vem. Tem pessoas trabalhando aqui, fazendo barracões e mexendo na oxigenação dos tanques que estão montando. Mas se já chegaram, nem sei. Não tenho esta informação”, declarou o assessor. Outro militar afirmou que até o momento nenhum peixe chegou ao local.

A equipe de reportagem também tentou contato com o Imasul, mas uma funcionária disse que o órgão só é responsável pelo licenciamento e que cabe à empresa que toca o aquário e a Secretaria de Meio Ambiente a responsabilidade sobre outras questões. A equipe de reportagem ligou para o secretário de Meio Ambiente, Carlos Alberto Negreiros Said Menezes, mas uma secretária atendeu a ligação e ficou de retornar.

A previsão é de que o aquário tenha 17 mil metros quadrados (90 metros de comprimento e 18 metros de altura), 16 grandes aquários dentro do prédio, além dos 5 instalados na área externa. Neles, segundo previsão inicial, estariam presentes 4.275.000 litros de água e 263 espécies da fauna aquática. Outras denúncias

O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou inquérito civil para apurar denúncia de irregularidade na construção do “Aquário do Pantanal”. A pedido da empresa Terramare, a promotora Ana Carolina Lopes de Mendonça Castro investiga eventual irregularidade na contratação da empresa “Fluidra Brasil Indústria e Comércio Ltda. para execução do Sistema Suporte à Vida”. Proprietários da Terramare entendem que a contratação da empresa, sem licitação, foi realizada fora das hipóteses legais.

O Ministério Público também investigará o contrato firmado entre a empresa e a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul. Proprietários da Terramare suspeitam de superfaturamento de um contrato, que teria valor de orçamento de R$ 6 milhões e acabou finalizado em R$ 25 milhões.

A empresa alega ainda  não ter recebido resposta ao requerimento subscrito onde solicitava informações sobre contratos firmados para execução do Centro de Pesquisa da Ictiofauna do Pantanal – “Aquário do Pantanal”, por parte da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul.