Mídia Max | 31 de outubro de 2014 - 07:50 DE OLHO EM CARGOS

Após eleições, 10 cargos federais viram alvo de políticos em Mato Grosso do Sul

Passado o período eleitoral, lideranças políticas voltam os olhos para acordos firmados

Passado o período eleitoral, lideranças políticas voltam os olhos para acordos firmados previamente – ou negociações futuras – visando os cargos federais em Mato Grosso do Sul. Tratativas neste sentido devem começar já na próxima semana.

São pelo menos dez cargos locais de direção de órgãos nacionais que, geralmente, são divididos entre partidos governistas e aliados. Entre os mais cobiçados estão a Funasa (Fundação Nacional de Saúde), Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente).

Deputado federal eleito, Zeca do PT disse que vai se reunir com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos próximos dias. Na pauta, além da comemoração do aniversário do líder nacional petista, estão assuntos políticos, incluindo a divisão de cargos federais na esfera estadual.

Já a principal liderança estadual do PMDB em Brasília (DF), senador Waldemir Moka, diz que não vai se envolver em discussão sobre cargos. “Não mexo com isso, é uma posição muito independente”, analisa o parlamentar.

Ocorre que, em nível federal, os dois partidos – PT e PMDB – são aliados, enquanto que no Estado há uma rivalidade histórica entre ambos. Para completar, o governo estadual está nas mãos do PSDB, com Reinaldo Azambuja.

Via de regra, cargos federais nos Estados são usados pelos políticos para alocar aliados e correligionários. Alguns, nos quais os repasses de verbas são constantes e maciços, são mais cobiçados que outros – caso da Funasa ou do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte), por exemplo.

Pedro Teruel, chefe estadual da Funasa por dois anos até deixar o cargo para candidatar-se a deputado estadual pelo PT, conta que no período foram cerca de R$ 50 milhões em repasses. Ele diz orgulhar-se do trabalho feito no órgão, citado, segundo ele, como o melhor entre as demais regionais em todos os indicadores, mas não acredita em um retorno.

“Não precisam mais de mim lá. Meu substituto, engenheiro Aristides Ortiz, é um funcionário de carreira, me acompanhou desde o começo em tudo que fizemos de bom lá e está fazendo um ótimo trabalho”, diz o líder petista. Agora, completa, espera por eventual “nova missão” a ser apontada pelo senador Delcídio do Amaral, a quem é ligado dentro do PT.

A exemplo de Zeca, Teruel também acredita que discussões neste sentido devem começar somente na próxima semana. Agora, diz, está todo mundo descansando após a campanha eleitoral.

Há chefias, como no Incra, Ibama e Dnit, atualmente exercidas por funcionários de carreira ou indicações do próprio PT. Nos dois últimos casos, antigos chefes, indicados por líderes partidários, foram destituídos por envolvimento em denúncias de irregularidades.

Além dos já citados, outros órgãos federais incluídos no ‘pacote’ repartido localmente pelos políticos estão a Funai (Fundação Nacional do Índio), Delegacia do Ministério da Agricultura, INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), Ministério do Trabalho e Correios, entre outros.