TOPNEWS | 21 de outubro de 2014 - 13:09 CAMPO GRANDE - política

Prefeito de Campo Grande pode ser cassado se não cumprir lei de aumento dos professores

Olarte pode ser cassado por descumprimento da lei

Olarte pode ser cassado por descumprimento da lei. Foto: Geovanni Gomes.

O prefeito de Campo Grande esvaziou os cofres da prefeitura e tenta negociar a parcela de 8,46% relativa ao aumento dos professores que os equipararia ao piso nacional que é de R$ 1.697. Os servidores da educação ameaçam paralisar suas atividades em 3 de novembro, caso Gilmar Olarte (PP) não cumpra o que determina a Lei.

Olarte também poderá ser implicado em crime de responsabilidade fiscal e improbidade administrativa, podendo ter seu mandado cassado, conforme a interpretação da vereadora Luiza Ribeiro (PPS). O acordo da lei foi estabelecido em 24 de maio, após ampla discussão na Câmara Municipal de Campo Grande que definiu que o aumento de 18,33% seriam parcelados, restando para este mês de outubro a parcela de 8,46%.

Caso o valor não seja repassado para os vencimentos a serem recebidos na folha de outubro (paga em novembro), além da paralisação prometida pelos professores, a Câmara, por meio da Comissão de Eficácia Administrativa, terá que tomar providências legais que obrigue a prefeitura a cumprir a lei. Caso a ampla base de apoio de Olarte não tome as providências legais, o Ministério Público poderá ser acionado.

“Temos a opção de forçar o cumprimento da lei por meio da Comissão de Eficácia Administrativa, mas se os membros optarem por não denunciar o descumprimento da Lei por parte do prefeito, eu mesma acionarei o Ministério Público para que promova uma ação e investigue o crime de responsabilidade”, disse Luiza Ribeiro.

Caso o juiz entenda que Gilmar Olarte  cometeu crime de responsabilidade fiscal e improbidade, poderá pedir o afastamento temporário do prefeito para que se cumpra o que está previsto em norma, e esta sentença, mesmo após cumprida a determinação, poderá tornar definitivo o afastamento do prefeito.

Questionada pelo TopMídia News, a vereadora acredita que os vereadores apreciarão a cassação do prefeito, pois o presidente da Casa, Mario Cesar (PMDB) é enfático quando afirma que as leis devem ser cumpridas. “Não vejo outro caminho que não esse. A oposição, por meio de qualquer dos seis vereadores, pode acionar o Ministério Público e, nesse caso, Olarte seria cassado por ação judicial, diferentemente do então prefeito Alcides Bernal, cuja cassação foi ação legislativa.

O único meio pelo qual o prefeito poderia suspender o efeito da atual lei, seria enviar para apreciação dos vereadores uma lei suplementar, que na atual situação, dificilmente seria aprovada pela Câmara.

O reajuste dos professores terá impacto de R$ 3,3 milhões na folha de pagamento, ampliando o comprometimento da prefeitura com gastos de pessoal de 48,7% para 49,21%, segundo contas da Associação Campo-grandense dos Professores (ACP).