Dourados News | 16 de outubro de 2014 - 14:01 Dourados

Mais duas crianças são vítimas de violência sexual na Aldeia Bororó em Dourados

Duas meninas indígenas, uma de 11 e outra de 13 anos de idade, foram recolhidas ontem à tarde pelo Conselho Tutelar de Dourados após uma denúncia de que elas eram vítimas de violência sexual dentro da própria casa, na aldeia Bororó.

Os representantes do Conselho chegaram até o caso após a menina de 11 anos fugir de casa e ir parar no Cras (Centro de Referência em Assistência Social) Indígena, onde acabou relatando que era vítima de abusos cometidos pelo padrasto.

Depois, a irmã dela, de 13 anos, também foi ouvida, e confirmou que já tinha sido submetida a ter relações sexuais com o homem por mais de uma vez. As duas crianças foram encaminhadas para a Deam (Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher), onde prestaram depoimento.

A mãe delas também foi ouvida, e disse que não sabia das atitudes do marido com as filhas. O caso foi registrado como estupro de vulnerável, e as duas meninas vão passar hoje por um exame de corpo e delito. Até que o inquérito seja concluído, elas devem permanecer junto da mãe na casa de familiares e longe do padrasto, conforme informado pelo Conselho Tutelar.

No entanto, conforme relatado pela delegada titular da Deam, Rozeli Dolor Galego, ao Jornal Diário MS, o laudo técnico é uma prova, mas não é fundamental para que o padrasto seja de fato indiciado pelo estupro. “O relato já é algo suficiente, até porque o estupro não se caracteriza apenas como o ato sexual em si”, explicou a delegada.

O caso das duas meninas contabiliza um total de 13 estupros registrados somente este ano dentro da Reserva Indígena de Dourados, a maioria deles na aldeia Bororó, conforme dados da Polícia Civil. No ano passado, no mesmo período do ano, o total era de seis casos de estupro.